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sexta-feira, 25 de abril de 2025

MARIA LENK 2025: Voa, Caribé! Voa, Lorrane! Voa, nova geração!

 



Um penúltimo dia de cinema para o TROFÉU MARIA LENK 2025, na piscina do Flamengo, no Rio. A chuva que caiu não atrapalhou a jornada e ainda encheu nosso voo para o Mundial de Singapura, já tendo garantido os 12 nomes. Três índices e dois campeões inéditos da nova geração coroaram um dia onde quase tudo deu certo.

E digo quase porque, nos 200 medley, não houve ninguém que superasse o 2:12.83 (feminino) nem o 1:59.05, o que não apaga o bom desempenho de seus vencedores, respectivamente Naná Almeida (Unisanta) e Leonardo Coelho Santos (Pinheiros). Naná foi até forte no borboleta e no costas, mas a partir do peito perdeu força e quase perdeu a vitória, mas parou o relógio em 2:14.32. Por pouco Gabi Roncatto (Unisanta) não a ultrapassa - para ser franco, 17 centésimos. Alice, a sobrinha, não gostou muito, já que, segundo a Iron Baby, "ela só gosta de me ver vencendo, não segundo nem terceiro" (risos). Naná reconheceu seu ponto forte e fraco na prova: "eu gosto de dizer que o medley é minha prova que é conforto, mesmo que às vezes me deixasse chateada. E mesmo não sendo a competição que que eu esperava, o medley está no meu coração. O peito é meu ponto fraco, mas consegui sustentar". Já no masculino, houve disputa pau a pau até o fim, quando a experiência de Leonardo falou mais alto, apesar do tempo não tão bom - ele mesmo disse isso - de 2:00.86. "Meu crawl tem doído bastante de uns tempos para cá. Até aguentei o peito. E também sei que estou ficando mais velho e é difícil entender no treinamento. Não queria, mas ajudei o Pinheiros".

Aí veio a catarse. Nos 50 livre feminino quantas vezes este repórter lamentou as tantas batidas na trave de Lorrane Ferreira (SESI). Hoje, graças a Deus, o destino lhe sorriu: prova dominante, do início ao fim, e, após 4 anos, seu melhor tempo ever: 24.78, oito centésimos abaixo do índice, e delírio total de todo o parque aquático do Flamengo. Sim, porque TODOS os nadadores de TODAS as equipes a ovacionaram quando ela tocou na raia e quando Rodolfo Carneiro anunciou "TEMPO ABAIXO DO ÍNDICE". Lolô comemorou: "estou muito feliz porque eu me dediquei muito para melhorar este tempo após 4 anos. Queria agradecer ao SESI pela oportunidade. Minha estratégia era nadar só essa prova e deu certo".

Na prova masculina, era esperado o 21 de Guilherme Caribé (Unisanta/Tennessee). Ele veio, com 21.46, o segundo melhor tempo do ano - atrás apenas do 21.43 de Yegor Kornev (RUS). Mas o inesperado - e de maneira positiva - veio com o segundo tempo, e agora também o décimo do ano: enfim Victor Alcará (Pinheiros) vai para um mundial após ter feito 21.82! Uma prova épica, a melhor do TBML até agora. "Lembro do Caribé fazendo 21 em uma competição onde tentei e não consegui. Hoje conseguimos e vamos representar o Brasil bem lá (no Mundial)", disse Alcará, ao que Caribé concordou: "Estou bem feliz em ter um companheiro e amigo junto comigo. Natação, querendo ou não, é um esporte bem individual, mas fora d'água a gente se diverte bastante. Estou feliz de que ele fez o melhor tempo da vida".

Mas calma que ainda tinha mais surpresas positivas. Nos 200 feminino, que se dane que ninguém fez o índice de 2:09.21 - é o de menos. Em breve teremos, em nome de Jesus, alguém para superá-lo. É que Ana Júlia Amaral (São Caetano) é, pela primeira vez, campeã brasileira absoluta na prova com sensacionais 2:12.96, ou seja, novo RBC Juvenil 2, pondo ao chão a marca 2:13.95 de Júlia Gerotto (então no Paineiras), feita em Florianópolis, em 2008. A filha de Paula Renata Aguiar foi só emoção: "eu não consigo explicar. Porque eu queria isso, já que minha primeira medalha de absoluto foi em 2023, no Finkel, em Recife, e depois disso foi difícil. Então voltar sendo campeã brasileira foi importante, com a ajuda da minha mãe e do Alexandre Indiani, meu técnico, além de toda minha equipe". E a nova geração também arrasou no masculino, porque Gustavo Saldo (Minas) venceu vários favoritos como Leonardo de Deus (Unisanta), que foi bronze, e até o classificado por salvaguarda Nicolas Albiero (Minas). Seus 1:57.46 podem ter ficado 95 centésimos acima do índice, mas foram o sinal de que ele veio com tudo e que o Minas pode não ter perdido mais o TBML. "Não tinha criado expectativa. Era uma braçada de cada vez, mas perto do fim pensei 'nem ferrando, vamos para cima'. Agora estou feliz".

E vejam como está o placar a uma etapa (aaaah...) do fim:

Restam agora os 200 costas, os 50 borboleta, os 800 livre feminino, os 1500 livre masculino e o 4 x 100 medley para sabermos os 12 que vão aos Mundiais de Singapura e Otopeni. Ou será que cabem mais?

PS: por compromisso profissional do repórter, o último panorama vai ao ar domingo.

(informações da CBDA, COB e Swim Channel - fotos da transmissão do Swim Channel)




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