quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

OPEN: Eles arrasaram, elas vacilaram...

 Antes que vocês me crucifiquem já pelo título da matéria, quero deixar claro que não, em hipótese alguma eu sou machista, e, além disso, sou um árduo defensor da natação feminina brasileira. Mas o que nós vimos hoje no OPEN CBDA/CORREIOS deixa claro que as nossas meninas ainda estão uma estratosfera atrás de nadadoras dos Estados Unidos, do Canadá, da Europa, da Austrália, do Japão, da China e até do Zimbábue e da Jamaica, de onde vieram algumas das mais conhecidas nadadoras do mundo.
Isto posto, hoje foi um dia cheio pra quem gosta de índices e resultados espetaculares na piscina da Unisul, em Palhoça. Se de manhã já foram sete índices, agora já são onze garantidos. Infelizmente comprovou-se que, enquanto nossa natação masculina voou com tempos sensacionais, a nossa natação feminina, não direi que amarelou, porque é um termo forte demais, mas não foi eficiente como a gente esperava que seria. Claro que houve exceções, quais sejam, Joanna Maranhão (Pinheiros), que nadou para o gasto nos 400 medley, marcando 4:41.82, mas já nem precisava de mais nada, porque já tinha o índice; Manuella Lyrio (Pinheiros), surpreendendo e chegando à sua merecida primeira Olimpíada com o índice conseguido nos 200 livre, ao cravar 1:58.43, e a se destacar os ótimos tempos de Jessica Bruin Cavalheiro (SESI - 1:59.77) e de Maria Paula Heitmann (Minas - 2:00.23), que com Larissa Martins Oliveira (Pinheiros) estão formando até agora o time do 4 x 200 no Rio; e um grande tempo de Jhennifer Alves da Conceição (Flamengo) nos 50 peito, de 31.17, que além de RC é o melhor tempo desta prova sem trajes no Brasil. 
Mas onde mais esperávamos, não houve êxito. Nos 100 costas, todos esperavam que Etiene Medeiros (SESI) conseguisse algo melhor do que os 1:00.31 da manhã e que a impossibilitaram por seis centésimos de alcançar o índice já no Open. Com uma primeira piscina melhor do que de manhã, todos achavam que ia dar. Mas não deu. 1:00.48 foi seu tempo final. Diante de um ano excelente, um PÉSSIMO resultado (para seus padrões, claro). Entretanto, pior aconteceu nos 100 borboleta. Daynara de Paula (SESI) e Daiene Dias (Minas) poderiam já carimbar o passaporte, já que 58.74 já fora logrado por ambas. Mas novamente não aconteceu isso: Daynara fez um até bom 58.98 e Daiene, 59.21. Espero estar errado, mas com a pressão que vai ter no Troféu Maria Lenk por este índice e pelos retrospectos anteriores aqui vistos, pode ter ficado difícil (mas não impossível) para Daynara e Daiane concretizar o sonho olímpico. Para Etiene não, porque ainda tem os 50 livre e, com tal índice e os resultados do 4 x 100 medley, ela fatalmente estará nos 100 costas no Parque Aquático Olímpico da Barra. Mas que se esperava algo melhor hoje e que elas três foram a grande decepção do dia, isso não há como negar. Foi apenas uma crítica construtiva, espero que entendam. 
Mas vamos falar de coisa boa: hoje, nas provas masculinas, quase não houve decepção (repito: não sou machista, foi a realidade). Nos 50 peito, um bom 27.18 de um não-raspado e barbudo João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros) iniciou os trabalhos sem pressão. Nos 200 livre, uma prova não tão boa, faturada por João de Lucca (Pinheiros/Louisville), que, se não tivesse "cozinhado", nas palavras do Coach Alexandre Pussieldi, poderia ter dado um índice para Luiz Altamir (Flamengo) que fez 1:48.98. De Lucca e Nicolas Nilo Oliveira (Minas), que descansou, já estão garantidos. Altamir e Giovanny Lima (SESI) disputam vaga no revezamento. 
A partir daí, só show. Começando por Guilherme Guido (Pinheiros), que deu um grande show nos 100 costas deles e, com 53.09, confirmou a vaga e bateu Recorde Sul-Americano. Passando por Henrique Martins (Minas), que fez seu melhor tempo ever nos 100 borbo deles, 52.14. Marcos Macedo (Minas) foi café com leite com 52.31, mas ele e Martins até agora estão garantidos no Rio. Mas o melhor ainda viria no fim: Brandonn Pierry Almeida (Corinthians - foto), que nadou com a estratégia de manhã, deu tudo o que podia e não podia à tarde para conseguir seu melhor tempo ever nos 400 medley. Nada menos que 4:14.07, melhorando o próprio Recorde Mundial Júnior e comprovando que a derrota para Sean Grieshop (EUA) em Singapura foi apenas acidente de percurso. Foi o melhor resultado da noite, aplaudido de pé pela Unisul, assim como Thiago Pereira (Minas/Florida), homenageado pelo Dr. Coaracy Nunes Filho após fazer a premiação dos 50 peito feminino. 
Até agora, o Pinheiros é líder no Open e no CAMPEONATO BRASILEIRO SÊNIOR - TROFÉU DALTELY GUIMARÃES. No da manhã, 220,50 e no da noite, 275. Minas e Unisanta vem atrás no Daltely, e Corinthians e Minas, no Open. As duas jornadas continuam amanhã, com os 50 costas, os 100 livre, os 200 peito, os 200 medley e o 4 x 50 medley misto. Pelo amor de Cristo, oro por pelo menos mais nadadoras nessa van que vai para a Olimpíada.


(informações da CBDA, do Best Swimming, da Yes Swim e do UOL - foto de Satiro Sodré/SSPress)

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