A SELETIVA OLÍMPICA para os JOGOS OLÍMPICOS TÓQUIO 2020+1 ainda está longe de acabar, já que temos a repescagem de 12 de Junho, também no Parque Aquático Maria Lenk. Mas, ao meu ver, como fã de natação, cheguei, apesar dos 18 nomes até agora classificados, a conclusão de que foi um grande fracasso a ideia da seletiva única. Aqui explicarei os motivos, embora baseados apenas na minha opinião.
Como todo fã de natação, esperava não quantidade, mas qualidade. Nestes cinco anos de treino, atrapalhados pelo Covid-19, os melhores nadadores do país se prepararam muito. Muitos deles, inclusive, fizeram grandes tempos. E sei disso porque vi muitas competições, inclusive dois Troféus Brasil Maria Lenk in loco. Então, era necessário que eles comprovassem isso no Maria Lenk, nestas semanas.
É claro que alguns lograram este êxito, como Guilherme Cachorrão Costa (Minas), atualmente o melhor nadador do Brasil, Vinícius Lanza (Minas), Matheus Gonche (SESI), Bruno Fratus (Minas), Beatriz Dizotti (Minas), Felipe Lima (Pinheiros) e Caio Pumputis (Pinheiros/Georgia Tech), que conseguiram seus índices, e os parabenizo novamente. Mas se queria bem mais.
Tudo começou a dar errado já na primeira prova, os 400 medley masculino. Todos contavam com um índice de Brandonn Pierry Almeida (SESI), mas ele não veio. Deu tristeza, já que ele tinha feito abaixo de 4:15.84 em vários torneios. Ninguém me falou: EU vi. Foi, inclusive, a prova que fechou o Torneio de Integração Nacional, em Santos - que aconteceu ao mesmo tempo do TBML do Vasco. Ele fez 4:14.54 e foi aplaudido por TODO o Rebouças.
A partir de então, vimos alegrias e decepções. Principalmente na natação feminina. Nathália Almeida (Flamengo) ficou a 69 centésimos do índice individual nos 200 medley, mas há a possibilidade no 4 x 200 livre, dependendo de n fatores. Mas nada doeu mais do que as provas mais nobres, já que Larissa Martins Oliveira (Flamengo) ficou a UM RELES CENTÉSIMO nos 100 livre e Lorrane Ferreira (Pinheiros), a sete nos 50. A juizforana ainda tem chances pelo 4 x 100 livre, porém a belorizontina já não tem mais.
Baseado nisso tudo, achei - e tem muitos que concordam comigo - que a pressão, e não apenas os problemas meteorológicos dos primeiros dias, ambos, foram responsáveis por tempos abaixo do esperado e por vários medalhões da nossa natação não terem logrado êxito nas vagas para Tóquio. Eu até elogio a CBDA pela atitude e pelo teste, mas ao meu ver, não deu certo. Ainda mais nesses tempos negros, onde treinos chegaram a ser suspensos.
Ao meu ver, o ideal seria fazer duas seletivas, não apenas para Jogos Olímpicos, mas para Mundiais de Piscina Longa. Uma em Dezembro do ano anterior, numa piscina fechada (Pinheiros, Unisanta, Unisul, Curitibano, etc.), outra em Abril, essa sim no Parque Aquático Maria Lenk (ou outra piscina aberta, como Salvador, João Pessoa, GNU, etc.). Afinal, nadador bom não precisa depender da meteorologia.
"Ah, mas os Estados Unidos...". Mas os EUA são um país de primeiro mundo, tem os melhores nadadores do mundo, assim como Europa, China e Japão. Infelizmente não há, pelo menos em longo prazo, como igualá-los pela crise que a CBDA viveu anteriormente, com a falta de patrocínios. Um passo foi dado com a Certidão de Registro Cadastral, que autoriza a entidade a receber recursos da Lei Pelé. Mas muito há o que ser feito.
Esperamos que, para o ciclo Paris 2024, que será mais curto, muito seja pensado e feito para que nossos nadadores tenham mais chances de medalhas. Repetimos: não buscamos quantidade, e sim, qualidade.
(editorial de Flávio Barbosa)
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