quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

MUNDIAL DE PISCINA CURTA: Os dois lados de Dressel


É fato que Caeleb Dressel (EUA) é um dos maiores nadadores mundiais em atividade, mas, na terceira etapa de finais do MUNDIAL DE PISCINA CURTA de Hangzhou, ele mostrou dois lados. O de nervoso demais para uma final e o outro do vitorioso que sempre foi. Dos dois recordes mundiais, um deles teve seu dedo, e aliás, 60% desse recorde foi dele.

Vamos começar pelo lado ruim - bom, nem tão ruim assim, mas não esperado para um atleta de seu calibre - foi nos 100 borboleta masculino. Foi uma estratégia errada a de ir mais fraco para acordar no final e surpreender Chad Le Clos (AFS), que, por sua vez, foi forte desde o início e desenvolveu energia para resistir ao ataque tardio do norte-americano. No fim, vitória de Le Clos com 48.50, contra 48.71 de Dressel, que teve a segunda parcial melhor (25.64 x 26.11), mas faltou piscina.

Entretanto, no 4 x 50 medley misto, ele mostrou porque é o melhor. Já classificado pelos 50 livre masculino, ele teria a responsabilidade de ajudar Olivia Smoliga (25.85 - costas), Michael Andrew (25.75 - peito) e Kelsi Worrell (24.71 - borboleta) a tentar sair do sétimo lugar, numa prova que estava aparentemente entre Japão, Rússia e Holanda. Mas eis que ele consegue um espantoso 20.09 (que poderia ser WR) e confirma a dominância norte-americana, com novo WR de 1:36.40. Um monstruoso tempo, que só Dressel poderia oferecer! A Holanda fez 1:37.05 para ser prata e a Rússia, 1:37.33. O Brasil poderia estar na final, não tivesse feito o nono tempo das eliminatórias, com Etiene Medeiros (SESI, 26.30 - costas), João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros, 25.93 - peito), Nicholas Santos (Unisanta, 22.27 - borboleta) e Larissa Oliveira (Pinheiros, 24.74 - livre) fazendo 1:39.24, ficando a reles 23 centésimos da Finlândia. Foi uma surpresa total, mas o que consola é que a China também não avançou...

TEVE WR LOGO DE CARA
Falemos então do segundo recorde na primeira prova do dia, os 200 peito masculino. Kirill Prigoda (RUS) não estava brincando quando disse que ia priorizar tal prova: ele fez uma final assaz perfeita, do início até o fim, e bateu o novo WR com 2:00.16, pondo ao chão a marca de Marco Koch (ALE), que era 2:00.44. Foi quase um corpo de distância, não dando chances á concorrência. Tanto assim que Qin Haiyang (CHN) só chegou 99 centésimos, quase um segundo, depois do russo - batendo recorde asiático, e o ex-recordista mundial só parou o relógio com 2:01.42. Uma verdadeira aula de como nadar peito! Caio Pumputis (Pinheiros/Georgia Tech) ficou pelo caminho na eliminatória com tempo pior que o Finkel, 2:05 exatos, décimo quarto no geral.



E FALANDO NISSO...
Se Caio não conseguiu nos 200 peito, conseguiu nos 100 medley masculino. Kliment Kolesnikov (RUS) foi o mais veloz com 50.90, mas o brasileiro foi terceiro na sua série e sexto no geral, com 52.15 - enquanto Diego Cândido Prado (Minas), mesmo melhorando seu tempo, não foi além de 53.34, décimo sexto tempo. Agora Pumputis vai à caça do 51 para, pelo menos, ser Top-5, já que medalha é difícil nesta prova.

Como também é difícil que ELE (Cesar Cielo - Pinheiros) volte a medalhar nos 50 livre, o que ele próprio reconhecera. "Amanhã irei mais me divertir e ver como vou. Só vou consertar a chegada, que, ao meu ver, não foi boa", disse Cesão, que foi o sexto no geral com 21.06. Como antes falamos, o mais rápido foi Dressel, com 20.51 - novo Recorde das Américas, aliás, igual à marca de Cielo, seguido de Ben Proud (GBR, 20.71) e Vlad Morozov (RUS, 20.83). Se nada acontecer de surpreendente, o pódio será deles.

Já nos 50 costas masculino, não vimos o Guilherme Guido (Pinheiros) da primeira parte dos 100 costas nem na eliminatória e nem na semifinal. Ambos com 23 segundos. "Vou ver o que posso melhorar, porque eu já fiz provas melhores do que essas de hoje". Ele foi o quinto no geral, sendo superado por Evgeny Rylov (RUS, 22.68), Ryan Murphy (EUA, 22.87), Jiayu Xu (CHN, 22.91) e Ryan Shane (IRL, 22.96).

Já nos 50 borboleta feminino, Daiene Dias (Flamengo) não tinha muitas chances para avançar e foi a décima quinta no geral, com 26.05. Ranomi Kromowidjojo (HOL), que, antes, ganhara os 100 livre feminino com novo RC de 51.14, foi a mais rápida com 24.84. Nos mesmos 100 livre feminino, a ex-recordista de campeonato Femke Heemskerk (HOL) completou a dobradinha neerlandesa com 51.60.

NÃO TEVE PARA A IRON LADY HOJE
E parece que estamos vendo o ocaso de Katinka Hosszu (HUN). Na primeira metade da década, ela vencia ou medalhava todas as provas que disputava, mas hoje foi diferente demais. Nos 200 costas feminino, ela até teve um melhor final (com a segunda melhor parcial de 31.04), mas foi a quarta colocada, com 2:01.99. Restou-lhe aplaudir Lisa Bratton (EUA), que teve um final sensacional e superou Kathleen Baker (EUA), que liderara até a piscina final, nos últimos metros: 2:00.71 a 2:00.79. Emily Seebohm (AUS) completou o pódio, com 2:01.37.

E, enfim, nos 800 livre feminino, não tivemos recorde mundial, mas a piscina foi a loucura com a vitória local de Jianjiahe Wang (CHN), com 8:04.35. Aqui você confere todos os resultados do terceiro dia.

COMEÇOU A AFUNILAR
E já percorrida metade da jornada, as eliminatórias de logo mais começarão com o revezamento 4 x 50 livre m, os 50 costas f (Etiene), 50 borboleta m (Nicholas), 400 livre f (sem BRA), 100 peito f (sem BRA) e 4 x 200 livre m. Seria amanhã o dia em que vai começar a cair a zica?

(informações da CBDA, Best Swimming, Yes Swim, SwimSwam, Swimming World e Globo.com - fotos de Peter H. Bick/Swimming World e Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

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