sábado, 15 de dezembro de 2018

MUNDIAL DE PISCINA CURTA: Que sábado glorioso!!



E enfim podemos dizer que tivemos nosso melhor dia no MUNDIAL DE PISCINA CURTA de Hangzhou (CHN). O penúltimo dia do certame viu, enfim, nossa bandeira tremular três vezes no pódio, sendo uma delas, no meio do pódio. Mais que isso: foi o mesmo que faturamos em Windsor, há dois anos. E a sina do individual foi jogada fora logo pelo mais veterano do Mundial. E de todas nossas participações nas semifinais e finais, só em uma falhamos. Por isso, temos muito o que comemorar neste sábado!

Começamos pela única má notícia: não tem Brasil na final dos 100 livre masculino deste domingo. É que Marcelo Chierighini (Pinheiros), nosso único representante, que tinha sido o sétimo na eliminatória, teve uma piscina final esquecível e não foi além de 46.93, sendo, assim, o décimo segundo tempo no geral. Quem larga da raia 4 é Chad Le Clos (AFS), que fizera 45.89 e o oitavo tempo é de Mehdy Metella (FRA), 46.53. Mas era o de menos...

Porque logo de cara, já tínhamos uma medalha no peito, no 4 x 50 medley masculino. Líder desde a segunda piscina, a Rússia, de Kliment Kolesnikov (22.87, costas), Oleg Kostin (25.36, peito), Mikhail Vekovishchev (22.09, borboleta) e Evgeny Rylov (20.22, crawl) só não teve o novo WR porque não quis, vencendo com 1:30.54, deixando os EUA em segundo com 1:30.90 - com Caeleb Dressel sendo pouco mais rápido que Nicholas dos Santos (Unisanta) no borbo, com 21.70 a 22.02. E, apesar das péssimas viradas - eles próprios reconheceram - Guilherme Guido (Pinheiros - 22.97, borboleta), Felipe Lima (Minas/Auburn - 25.48, peito), Nicholas (tempo antes citado) e ELE (Cesar Cielo, Pinheiros - 21.02, crawl), colocaram o bronze no peito, tendo feito 1:31.49. "Foram 15 anos representando a seleção. Nossas trocas deixaram a desejar, mas é importante essa medalha. Queríamos mais, mas estamos em boa fase", disse ELE, que pode - eu disse P-O-D-E - ter feito a última prova da carreira.

Depois, vieram as provas de borboleta. Nas semis dos 100 feminino, Kelsi Dahlia (EUA) foi a única a fazer 55 (55.09). De resto, uma prova equilibrada teremos na final de amanhã, e com presença brazuca: Daiene Dias (Flamengo) fez o quarto melhor tempo, tendo feito 56.40 (novo recorde sul-americano). "A Kelsi está na frente de todas, mas eu estou no bolo para as outras medalhas", foi racional Dias, reconhecendo que prata ou bronze podem ser uma boa. Mas na final dos 50 deles, não houve concorrência para o Vovô-Garoto Nicholas! Só a chegada foi nível médio, mas isso não impediu que o ribeirão-pretano batesse o RC de 21.81 (o WR ainda é dele, 21.75), tendo feito Le Clos 21.97 para ser prata. O mais experiente campeão mundial da história dos Mundiais FINA, piscina longa ou curta. Mas quem conhece Nicholas, sabe que ele sempre quer mais! "Só minha chegada é que eu tenho que melhorar. Mas estou feliz por ter, com 38 anos, ainda vencido meus desafios, e vou pensar no que fazer em 2019. Minha prioridade vai ser o título mundial de longa", disse ele. Sim, vai ter mais Nicholas ano que vem. O que será que, com 39 anos, ele pode e vai fazer?

Comprovando que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem sempre pela manhã, Etiene Medeiros (SESI) esqueceu a falha nos 50 costas - desta vez, vencidos por Olivia Smoliga (EUA), com 25.88, novo recorde dos EUA - para arrebentar nas semifinais dos 50 livre. Só as holandesas Ranomi Kromowidjojo, com 23.50 e Femke Heemskerk, com 23.75, foram mais rápidas que os 23.82 que ela fez, para um novo recorde sul-americano e largar na raia 3 neste domingo. Ela comemorou: "Quase não digeri o erro de ontem, mas a chave virou. O bom do atleta é que ele tem o poder da superação. É meio estranho esse mundial para mim. Estou ainda triste, mas a batalha não acabou. Espero a torcida de vocês para sair amanhã com a cabeça erguida".

Já nas semis dos 50 peito masculino, João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros) e Felipe Lima (Minas/Auburn) lutam para apagar a falha nos 100, classificados que foram, respectivamente, com o terceiro (25.94) e oitavo tempos (26.01). O favoritíssimo e quase aposentado Cameron van der Burgh (AFS) vai largar na raia 4 com 25.76, buscando um glorioso adeus. Mas João deixou claro que está na luta: "Eu vou com a faca nos dentes para esse ouro amanhã, com certeza. Tenho certeza que terei muito o que melhorar, mas é tão bom ver que evoluí com 32 anos".

E, finalmente, os 400 medley deles. O ouro já era de Daiya Seto (JAP), mas o WR não veio: ele fez 3:56.43 - os 3:55.50 de Ryan Lochte (EUA), seguem nos balizamentos. A disputa era pela prata, que foi para Thomas Fraser-Holmes (AUS), após um ano de ausência por não ter feito exame anti-doping, sendo logo suspenso - ele fez 4:02.74. E o bronze foi do maravilha Brandonn Pierry Almeida (Corinthians), com 4:03.71, seu melhor tempo ever, coroando um ano de superação. "Todos sabem o quanto sofri (ele teve que deixar a Universidade de South Carolina por inesperadas mudanças), e essa medalha tem que ser comemorada. Agora nos 400 medley tivemos Ricardo Prado, Thiago Pereira, e temos Brandonn Almeida", disse, cheio de moral. Amém para que venham grandes coisas!

JÁ NAS PROVAS FEMININAS...
Quem viu, viu. Agora não tem mais Katinka Hosszu (HUN) em Hangzhou. Nos 200 medley, ela se despediu não quebrando seu WR, mas não teve problemas para ganhar por mais de um segundo de diferença: 2:03.25. Só no costas ela foi pouco superada por Kathleen Baker (EUA), que fizera 30.77 contra 31.40 da Iron Lady. Mas não foi Baker a prateada: foi Melanie Margalis (EUA), que fez um bom final para fazer 2:04.62 contra 2:05.54 de Baker.

Nos 100 peito, domínio total de Alia Atkinson (JAM): tricampeonato para ela com 1:03.51, mesmo com o ataque final de Katie Meili (EUA), que fez 1:03.63. E enfim, nos 4 x 200 livre, a Austrália até largou na frente - Ariarne Titmus fez 1:52.22, melhor parcial da prova, mas o piano caiu e a China levou a prova na reta final, para o delírio dos locais, que viram  Li Bingjie (1:54.56), Yang Junxuan (1:53.06), Zhang Yuhan (1:53.94) e Wang Jianjiahe (1:52.52) cravar o novo recorde nacional de 7:43.08. Todas as provas estão.

TÁ CHEGANDO A HORAAAAA...
E, com isso, ficamos a uma etapa do fim do MUNDIAL. Só restarão as finais citadas e mais o 4 x 50 livre feminino, 200 costas masculino, 200 peito feminino e os 4 x 100 medley, estes últimos com Brasil. Ah, e os 1500 livre.

Uma competição que, mesmo com erros e acertos, vai deixar saudade! E esperamos que terminemos bem, com mais medalhas!!

(informações da CBDA, Best Swimming, Yes Swim, SwimSwam, Swimming World e Globo.com - montagem com fotos de Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

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