Janeiro de 2022: Júlia Queiroz Pereira, então sem clube, resolve trocar Santos por Porto Alegre, onde treinara no fim do ano anterior. Revelada pelo Inter, mas também com passagem pela Unisanta, a garota resolve dar o maior passo da sua carreira se juntando ao clube mais tradicional de águas abertas do sul do Brasil, o Grêmio Náutico União, para ser treinada por Kiko Klaser e parceira de "só" Viviane e Cibele Jungblut, Rachele Bruni, Pedro Farias e muitos outros.
E deu certo, muito certo! Em setembro agora, Juba (como é conhecida no meio aquático) conseguiu o maior resultado de sua carreira: a vitória nos 5 km da etapa de Brasília do Campeonato Brasileiro de Águas Abertas, sendo prata no dia anterior. Isso comprova que, ao sair da cidade natal, Júlia tomou a melhor decisão de sua carreira. Ela, porém, continua nas piscinas, tendo, inclusive, recentemente, participado do TROFÉU JOSÉ FINKEL, em Recife.
Ao nosso site (que a acompanha desde 2017), Júlia conta como foi a decisão de mudar, do que sente falta em Santos e como tem sido esta evolução, além de um pouco de sua história nas águas. Confiram!
1) Como você avalia esse tempo em Porto Alegre?
Gostei bastante da cidade, só sofri um pouco com o inverno daqui, mas a cidade é bem gostosa de se morar.
2) Esperava tamanha evolução neste ano?
Esperava sim, apesar de ela ter vindo bem mais rápido.
3) O que você aprendeu nesses anos treinando em Santos?
Bastante coisa, mas o mais importante que eu aprendi, é que precisamos estar em um lugar que sejamos bem-vindos, um lugar que te queira ali e acredite no seu potencial e o atleta no dele.
4) E do que sente mais falta lá?
Da Cidade - apesar de eu gostar daqui - nada se compara a Santos, a cidade é pequena, tudo perto, aconchegante. Mas tenho bastante saudade da minha família e da Ruta, que é minha cachorrinha.
5) Nos conte seu início na natação
Eu comecei bem novinha, no Clube Internacional de Regatas, eu tinha 4 anos. Aprendi a nadar com a Dona Nilce e a tia Débora (que ainda da aula lá).
6) Como foi essa evolução entre nadadora de piscina pra águas abertas?
Apesar de eu ainda nadar piscina, e conseguir pegar minhas primeiras 4 finais de Finkel no meu primeiro campeonato absoluto, eu sempre me identifiquei mais com as maratonas. Acho um esporte mais dinâmico e diferente, ter que se adaptar durante a prova e as condições deixa tudo mais legal e divertido!
7) Treinar ao lado de uma nadadora olímpica como a Vivi Jungblut te dá orgulho, mas também te dá mais responsa, né?
Eu treino na mesma equipe que ela, e sim, ela é uma pessoa super dedicada e que inspira muito! Mas ela não sai na mesma turma/intervalo que eu nas séries, na minha turma tem a Rachelle (medalhista olímpica), a Cibi que é irmã da Vivi, e a Candela (Giordanino) que é da seleção da Argentina. Essas são minhas companheiras de treino.
8) Qual a sua rotina atualmente?
Eu tenho 2 treinos no dia é musculação 3 vezes na semana, apenas quarta é sábado que só é um treino.
9) Sabemos que você já pegou seleção. Mas já sonhou estar em Copas do Mundo?
Já simm, queria muito pegar uma seleção absoluta, porém um passo de cada vez ne, acabei de pegar Seleção B na etapa de Inema e também tinha me classificado pra nadar o PanPacifico de Martonas porém as despesas tinham que ser pagas pelos pais e ficou muito caro.
10) Ana Marcela é insubstituível, mas crê que será você uma de suas sucessoras?
Boa pergunta kkkkkk, mas a Ana Marcela é outro nível ne. Acredito que posso chegar longe mas oq ela fez e faz é incomparável.
11) Qual seu maior exemplo internacionalmente?
Internacionalmente não tenho, meus exemplos estão na minha equipe, todos os meu companheiros de treino que estao ali do lado são muito bons! Eu uso eles de exemplo pra chegar onde eles chegaram.
12) Por fim, seu recado para os nossos leitores!
O recado que queria dar é nunca desistir dos seus sonhos e sempre estar em um lugar onde confiam no seu potencial, isso é o mais importante.
(nosso agradecimento à Júlia Pereira pela entrevista e cessão das imagens - a dela no Santa é deste repórter)
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