domingo, 8 de março de 2015

WHO RUN THE WORLD (parte 6 - por Patrícia Angélica)



Seguindo com a série especial da Semana da Mulher, assinada por Patrícia Angélica, hoje falaremos de uma nova geração então promissora, e que agora tornou-se realidade.

Mesmo com tantas nadadoras deixando o esporte, uma nova geração está vindo aí e elas prometem mudar a história do esporte. Com a promessa da Confederação em intensificar o apoio, Graciele Herrmann, Alessandra Marchioro, Beatriz Travalon e Etiene Medeiros querem chegar na frente.
Graciele e Alessandra emocionaram o Parque Aquático Maria Lenk ao se classificarem para os 50m livre do Mundial de Barcelona 2013, em abril no Troféu Maria Lenk, disputado no Parque Aquático de mesmo nome em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. As duas fizeram marcas próximas à barreira dos 25 segundos, 25.10 e 25.17 respectivamente. A única brasileira a nadar abaixo dos 25 segundos foi a mineira Flavia Delaroli, com 24.98, em 2009, ainda hoje recorde brasileiro da prova (N. E.: não é mais. Hoje o recorde é de Etiene Medeiros, 24.74, também recorde sulamericano. Sem contar que Graciele fizera 24.76 no TROFÉU MARIA LENK do ano passado, em São Paulo).
A expectativa é que as duas possam superar esse tempo, e, dessa forma, se aproximem mais das tops do mundo. O recorde mundial da prova é 23.73, feito por Britta Steffen, no auge dos trajes tecnológicos, em 2009, mas a marca é dificilmente alcançada hoje em dia. A campeã olímpica de 2012, Ranomi Kromowidjojo, venceu a prova em Londres com o tempo de 24.05.
Beatriz Travalon, de 20 anos, integra o revezamento medley da mesma competição na Catalunha na última semana de julho de 2013. Com seu tempo de 1:09.32, ela foi a primeira brasileira a nadar abaixo de 1 minuto e 10 segundos depois que maiôs tecnológicos foram banidos da natação. A atleta não criou grandes expectativas com seu tempo. Como forma de se blindar de uma pressão que ela diz nunca ter sofrido – "nunca esperaram nada de mim" – Beatriz planeja um passo de cada vez. "Dependendo do resultado que tenho em casa competição, penso na próxima competição, na próxima etapa. Eu tenho que ver cada degrauzinho por vez. Não posso querer pular um lance de escada", como explicou em entrevista durante o Troféu Maria Lenk.
A pernambucana Etiene Medeiros, de 22 anos, é considerada a herdeira das provas de costas, agora que Fabiola Molina está se retirando das piscinas. Sua marca nos 50m costas - 27.88 - lhe rendeu um lugar no top 10 do ranking mundial (N.E.: atualmente ela é recordista mundial nos 50 costas em piscina curta, 25.67). No entanto, a nadadora tem raízes que a ligam a um grande nome da modalidade. Ela começou a nadar no Clube Português de Recife, junto com Joanna Maranhão e tutelada por Nikita. Segundo Etiene é muito bom ver a ex-colega de clube (Joanna voltou a treinar com Nikita, mas Etiene hoje está no SESI-SP) ainda nas piscinas: "sempre tive exemplos ao meu lado e Joanna é um deles. Fico muito feliz de vê-la fazendo resultado, porque ela sempre vai ser um exemplo na natação brasileira". 
As esperanças atualmente são grandes, não apenas pelas ações da CBDA, mas pela forma como as atletas têm encarado o esporte, como assinala Ricardo de Moura, supervisor técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos: "o comprometimento das meninas tem aumentado bastante. Não tenho dúvidas de que esse é um dos princípios básicos pra que o esporte se desenvolva".

Atualmente, as grandes promessas da natação são Jhennifer Alves da Conceição (Flamengo), que chegou perto de superar o 1:10 no Open do Rio, Maria Paula Heitmann (Minas), que chegou perto da vaga para o Mundial Júnior de Singapura nos 200 livre, e a maior de todas elas, a "Iron Baby" Gabrielle Roncatto (Pinheiros), que foi a única atleta no país a vencer a mesma prova nos quatro anos que disputou o Troféu Chico Piscina, os 100 peito.

Amanhã, os segredos da maratona aquática e suas maiores representantes.

(Patrícia Angélica é jornalista, responsável pelos blogs Loucos por Natação e Criminal Minds BR)

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