No Blog do Coach, há um justo desabafo do mestre Alexandre Pussieldi contra o que se tornaram os Jogos Regionais, supostamente uma competição cujo objetivo era revelar talentos e classificá-los aos Jogos Abertos do Interior, que neste ano vão acontecer em Ribeirão Preto, em Outubro. Infelizmente eles foram vendidos e contam com a participação de gente que nem de São Paulo é, o que estraga muito a credibilidade desta jornada.
Nossa sócia e amiga Catarina Ganzeli (Unisanta), com aquele dom de escrever bem que Deus lhe deu, também se juntou ao coro de insatisfeitos. Ela participou, defendendo Santos, com boa parte da equipe da Unisanta, como Fernanda Carobino, Patrícia Neumann, Paula Ornelas Phillips e Aline Saporito, da etapa de natação da 1ª Região, que engloba a Grande São Paulo e a Baixada Santista, e aconteceu em Santo André. Aliás, participaram, também, entre outros, Guilherme Costa (Unisanta), Cecília Zuppo Zaccarelli (Pinheiros/SDSU) e Felipe Monni (Pinheiros).
Com sua permissão, publico abaixo seu texto. Aliás, faço minhas as palavras da Catarina:
Pois é: eu não sei o que me deixou mais impressionada nesses Jogos Regionais que participei durante a semana. Eles estarem tão vazios ou as pessoas contratadas que começaram a participar só das últimas edições quando já liberaram as contratações acharem tão "cheios" por estar forte.
Gente, a prova dos 50 livre dos jogos que participei tinha só 3 séries, tanto no feminino quanto no masculino! Tudo bem: a "última série" de cada prova todos os atletas nadavam dentro do índice do Troféu Maria Lenk, coisa que nunca existiu em jogos. Mas são atletas que já nadam para esses tempos há anos. Não são "caras novas de crianças reveladas no interior". Agora de onde virão as promessas, as "revelações do interior" se NEM COMPETIR elas vão mais pois saber que não tem chance com esses atletas de ponta! Cadê aquela criança? Para onde eles foram??? Como vamos criar novos talentos aqui?
A culpa é do regulamento novo que permite contratações, não é de nenhum atleta por aceitar ir nadar em troca de um dinheiro justo por representar a cidade, nem da cidade por terceirizar atletas sendo que as regras permitem. Mas essa regra está destruindo o esporte no estado de São Paulo.
Sou nascida em Campinas e desenvolvi minha natação em Limeira, ambas cidades representei nos jogos regionais por anos também. O problema não é o local de nascimento e sim o local onde INVESTE no esporte. Não sou nascida em Santos, mas a prefeitura de Santos investe em mim, a estrutura toda esta aqui, eu treino aqui, os profissionais estão aqui. Quero pontuar o melhor que puder para que Santos tenha a chance de investir mais ainda no esporte como vem fazendo. A graça é destinar o dinheiro para quem MANTÉM O ESPORTE. Não só o local de nascimento, o que também é fundamental porque eu tive que pontuar muito por Campinas e mais ainda por Limeira para poder ser vista e ter a oportunidade de poder treinar aqui.
Lembrando que a culpa é do regulamento novo que permite contratações, não é de nenhum atleta por aceitar ir nadar em troca de um dinheiro justo por representar a cidade, nem da cidade por terceirizar atletas sendo que as regras permitem. Não estou dizendo que "jamais faria isso" pois sei que salário de atleta é apertado e essa mais uma maneira de ganhar uma ajuda. Mas essa regra está destruindo o esporte no estado de São Paulo.
Eis o país olímpico que revela talentos...
(agradecimentos à Catarina Ganzeli pela cessão do texto)
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