Quando, no início do ano, foi anunciado que Jhennifer Alves da Conceição saíra do Flamengo para ir ao Pinheiros, começava uma grande batalha entre os dois times. Também pudera: ela era a grande revelação no nado peito, e o Brasil carecia de uma peitista competente desde que Carolina Mussi e Tatiane Sakemi penduraram o maiô. No decorrer do Troféu Maria Lenk, ela quase foi impedida de competir, mas tudo foi resolvido e ela chegou perto do índice, mas garantiu vaga aos Jogos Olímpicos do Rio no revezamento. E o talento dessa friburguense foi comprovado na etapa final do TROFÉU JOSÉ FINKEL, encerrado neste sábado na piscina do Internacional da Ponta da Praia, em Santos. Ela foi o fiel da balança para o Pinheiros ter se tornado novamente o maior campeão da história do torneio, agora pela décima terceira vez, e ter saído da fila de títulos causada pelo Minas, que segue com 11 taças, uma a menos que o Flamengo. O último título pinheirense tinha sido no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em 2010.
Voltando à Jhennifer: nos 50 peito feminino, foi por muito pouco que ela não atingiu os 29.99 do índice, mas só dela ter derrubado o Recorde Sul-Americano da prova, ela já merecia nova convocação por índice técnico. Jhennifer fez 30.31, derrubando os 30.50 que Sakemi fizera em 2009. "Foi um prazer para mim ajudar este time a ser campeão depois de tanto tempo. Agora vou me preparar para o Open e quem sabe melhorar até lá", disse. Na prova masculina, os de sempre: Felipe França cravou mais um índice para Windsor ao parar o cronômetro em 26.09, seis centésimos abaixo do forte índice de 26.15. "Graças a Deus consegui os três índices da curta e agora é descansar pelo menos uma semaninha para voltar a ativa e fazer uma temporada excepcional para o Mundial", disse o Campeão Mundial de Doha. O outro Felipe, o Lima (Minas/Auburn), chegou perto, com 26.24, enquanto João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros) fez 26.54, mas foi ovacionado pelos companheiros. "É uma competição a qual saio meio cansado por ser final de polimento. Então vim para ver o que dava para tirar. Mas gostei dos meus resultados. Saio com dois terceiros lugares, duas melhores marcas. Então é de grande valia para o próximo ciclo", avaliou o capixaba.
Nos 200 costas, deu Argentina e Brasil, com direito a recordes. Entre elas, Andrea Berrino (ARG/Unisanta), que havia feito 2:08.01 em Guaratinguetá, agora fez 2:06.91, novo RC, seguida de Natália de Luccas (Corinthians), também em excelente fase, com 2:10.56 e de Florencia Perotti (ARG/Pinheiros), 2:10.82. No masculino, Leonardo de Deus (Corinthians) fez melhor: pôs no chão o RB de Lucas Salatta (1:52.85), feito há oito anos em Manchester (ING) ao cravar 1:51.51. "Saí satisfeito porque melhorei todos os meus tempos. Sair de uma Olimpíada e chegar três semanas depois com os meus melhores resultados é muito gratificante por todo o trabalho que a gente fez ao longo desses quatro anos", comemorou Leo. Outro satisfeito foi Fábio Santi (Pinheiros), que, depois de se recuperar de graves lesões, comemorou os 1:53.10 que lhe deram a prata. "Foi muito boa esta evolução que eu tive na curta. Melhorei meus 100 e 200 costas e agora vou começar um novo ciclo olímpico. Fico feliz de ajudar o meu time para novamente sermos campeões", disse. Os índices eram 2:02.67 e 1:49.87.
Nos 100 livre, 100% Pinheiros: no feminino, Larissa Martins Oliveira fez 53.03 (o índice era 51.92) e deixou seu melhor para o final. E numa prova disputada, visto que Etiene Medeiros (SESI) chegou com 53.07 e Alessandra Marchioro (Unisanta), 53.38 (e ela ainda seria a terceira colocada nos 50 peito, com 30.78, só cinco centésimos atrás de Carol Mazzo, do Pinheiros, comprovando ser o grande retorno do ano, apostado até por nós). "Sabia que ia ser uma prova bem difícil. As minhas adversárias são muito fortes nesta prova. Mas eu vim tranquila. Vim consciente do que eu tinha que fazer, e essa minha concentração foi a minha diferença, porque eu consegui fazer tudo certo e consegui ganhar a prova", disse a juizforana, que ainda fez um balanço do seu Finkel: "saio satisfeita com a minha competição. Consegui fazer tudo o que eu tinha de fazer para ajudar o Pinheiros". Outro que conseguiu fazer tudo e mais um pouco foi o jovem Gabriel Silva Santos, vitorioso pela primeira vez em uma competição absoluta, depois de cravar 47.50, tempo pouco pior que os 47.08 que o fizeram chegar perto dos 46.66 do índice pela manhã. "Minha primeira vitória. Estou muito feliz, mesmo não gostando tanto do tempo. Estou numa fase muito boa porque consegui a vaga para os Jogos Olímpicos no Maria Lenk. Fui para o revezamento na final até. E deu uma maturidade a mais para mim", contou.
Nos revezamentos 4 x 100 medley, novo Recorde Sul-Americano para o Minas no feminino: Camila Lopes, Marcarena Ceballos (ARG), Daiene Dias e Daiane Becker fizeram 3:57.00 e fuzilaram os 3:59.45 que Fabíola Molina, Daniele Paoli, Tatiana Lemos Barbosa e Tatiane Sakemi (todas já aposentadas) cravaram no Mundial de Dubai, em 2010. Um detalhe interessante é que esta é a primeira vez que tal recorde é quebrado com duas nacionalidades, e isso é permitido porque Ceballos também nasceu em um país da América do Sul. Se as "holandesas voadoras" aqui estivessem, o recorde só daria pontos para Minas mas não seria computado. No masculino, deu novamente Minas, com Gabriel Fantoni, Felipe Lima, Kaio Márcio e Marcos Macedo fazendo 3:28.75.
NO FIM DAS CONTAS...
Como antes havíamos falado, o Pinheiros deu fim a 6 anos de jejum do Troféu José Finkel, após terminar a competição com 2664 pontos, sendo que 1368 vieram de seu time feminino, também campeão. Ao Minas, sobrou o segundo lugar, com 2114,5 pontos (e o título masculino, com 1260,5). O pódio foi completo pelo Corinthians, este com 1682,5 pontos. Parabéns também para a Unisanta, quarta colocada com 1349,5, mesmo tendo perdido Matheus Santana, Gabrielle Roncatto e Aline Saporito, mas com Alê e as argentinas em grande fase. Aliás, o time de Santos ainda não acabou sua maratona de competições já que vai representar a cidade nos Jogos Abertos do Interior, que começaram neste domingo, em São Caetano do Sul (São Bernardo do Campo é a sede oficial, mas a natação vai acontecer em Sanca), com a volta de Gabi, inclusive. O GNU completou o top-5 com 905,5, com uma Viviane Jungblut em grande fase, e uma nova geração afiada.
Os melhores índices foram de Etiene Medeiros (SESI) e Thiago Simon (Corinthians), por seus grandes 50 e 200 costas respectivamente. Já os que mais somaram pontos pelos clubes foram Joanna Maranhão (Pinheiros), com 210 pontos, e Leonardo de Deus, com 183.
E QUEM VAI PARA WINDSOR?
Graças aos índices muito fortes da CBDA, muito poucos conseguiram lograr êxito a conseguir tempos suficientes para superá-los. Eis os nomes dos que conseguiram vaga por tal critério:
Etiene Medeiros – 50 livre e 50 costas
Felipe França – 50, 100 e 200 peito
Nicholas Santos (Unisanta) – 50 borboleta
Felipe Lima – 100 peito
Thiago Simon – 200 peito
Os outros 11 escalados seriam pelos índices técnicos, independente do sexo. A princípio, completariam a lista:
Lucas Kanieski (Minas, 1500 livre, 14:40.31, 901 pontos)
Manuella Lyrio (Pinheiros, 200 livre, 1:54.76, 900 pontos) Brandonn Pierry Almeida (Corinthians, 1500 livre, 14:40.33, 900 pontos)
Guilherme Guido (Pinheiros, 100 costas, 50.70, 899 pontos)
Kaio Márcio Almeida (Minas, 200 borboleta, 1:52.47, 899 pontos) Henrique Rodrigues (Pinheiros, 200 medley, 1:53.84, 893 pontos) Viviane Jungblut (GNU, 400 livre, 4:03.68, 891 pontos)
Larissa Martins Oliveira (Pinheiros, 100 livre, 53.03, 890 pontos) Fernando Scheffer (GNU, 200 livre, 1:43.39, 888 pontos)
Daiane Marçal Dias (Minas, 100 borboleta, 56.83, 887 pontos)
Ou seja, teríamos a volta de Nicholas, ausente do Rio, e a estreia de Fernando Scheffer e Viviane Jungblut em competições absolutas. Inclusive, Jungblut estava nos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanjing.
Mas alguns nadadores já manifestaram interesse em se preparar para a longa. Então, estão na fila de espera:
Alessandra Marchioro (Unisanta, 100 livre, 53.26, 874 pontos)
Gabriel Silva Santos (Pinheiros 100 livre 47.08 870 pontos)
Daynara de Paula (SESI-SP, 100 borboleta, 57.31, 865 pontos)
Luiz Altamir Melo (Flamengo, 400 livre, 3:42.89, 864 pontos) Joanna Maranhão (Pinheiros, 400 medley, 4:33.92, 854 pontos)
POR FIM...
Neste encerramento da nossa cobertura do Troféu José Finkel, o segundo do nosso site o quarto deste repórter, fica a nossa sensação de dever cumprido. Ficamos quase todos os dias, desde o último treino de reconhecimento, até a última premiação. Só ficamos de fora da etapa eliminatória de quinta por natural cansaço, mas os elogios de atletas, pais, treinadores e da equipe de retaguarda nos fizeram entender que o esforço valeu a pena.
Em primeiro lugar agradecemos a Deus pela oportunidade de mais um evento abençoado. À direção do Internacional de Regatas, à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e à Federação Aquática Paulista (FAP), por mais uma vez nos autorizarem a realizar este trabalho. A Alexandre Pussieldi, Carolina Moncorvo e Beatriz Nantes, pela contínua inspiração. Aos grandes amigos Flávio Perez, da Onboard Sports, Suellen Moraes e Catarina Ganzeli pelo apoio de sempre. Aos amigos de fé Diego Ramon, Nilson e Nielson Santos, Cristina Lyra, Kallyna Sabino Marcelo Teixeira, Rosa do Carmo José e Saulo Maciel, pela torcida. Na pessoa de Ângela Almeida, mãe de Nathália Almeida (Flamengo) e de Adriano Duarte da Silva, pai de Rafaela Rosa (Unisanta), aos pais e mães dos atletas, que não medem esforços para vê-los sempre fazendo o melhor. E na pessoa de Henrique Martins (Minas), da própria Naná, de Alê Marchioro, de Fernanda Carobino (Unisanta), de Giovanna Dorigon (Curitibano), de Fernanda Andrade (Curitibano), de Cadu Lanças (ABDA), Delié Fernanda (ABDA) e da própria Rafaela Rosa, a todos os Atletas que me apoiaram em mais uma jornada. É por causa de vocês que eu amo natação e nunca deixarei de amar esse esporte.
Por último e não menos importante, meu muito obrigado a você, leitor. Por mais de mil visitas diárias e por acompanhar a nossa cobertura in loco. Aceitamos elogios e críticas construtivas. E vamos construindo cada vez mais a nossa estrada pela natação brasileira.
Nossa próxima grande cobertura in loco será do Campeonato Paulista Júnior e Sênior de Verão, em Novembro, na piscina do Corinthians. Mas já estamos nos preparando para o OPEN CBDA/CORREIOS, na Unisul, em Palhoça (SC), de 23 a 26 do mesmo mês.
Confira aqui as últimas fotos do certame
(informações da CBDA e do Best Swimming - fotos deste repórter)
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