sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Desculpe o transtorno, preciso falar da natação. E do FamilAquatica (especial de 3 anos)


Conheci a natação em 1992. Pode até ser absurdo para um cara de então quase seis anos. Mas ao ver Gustavo Borges sofrendo e, enfim, logrando a sua medalha de prata naquela Olimpíada de Barcelona, pela TV Tiradentes, Canal 10 de Juiz de Fora, então afiliada do SBT e hoje a TV Alterosa, chorei tão alto que entendi que aquele esporte poderia me acompanhar para o resto da minha vida. Afinal, nada é previsível em 8 raias.
Depois, veio o Mundial de Piscina Curta do Rio, em 1995. Uma piscina numa praia. Achei interessante. Vi Fernando Scherer e Gustavo Borges cravarem dobradinha nos 100 metros rasos no dia do aniversário do segundo. Ok, era uma criancinha e não vi o Finkel de 1993, o dos recordes mundiais, em Santos. Mas descobri neles meus primeiros ídolos. No ano seguinte, vibrei com a prata do mesmo Gustavo Borges nos 200 livre e o bronze do Xuxa nos 50 livre em Atlanta. Também vi tudo pela TV Tiradentes, agora afiliada à Bandeirantes.
Em 2008, veio a Olimpíada. E finalmente o ouro de Cesar Cielo. Enfim, a natação brasileira voltou às boas, como se fosse um rolo compressor. Vieram os recordes, os trajes tecnológicos, a proibição deles. E se começava a deixar claro que sim, natação é e sempre foi meu esporte favorito. "Se um dia eu puder trabalhar com isso", pensava, enquanto me mudava de Juiz de Fora para São Paulo. Afinal, fiz aulas de natação, mas a falta de tempo me fez parar.
2012 veio, e com ele, uma grande esperança. Uma amiga, chamada Patrícia Angélica, a quem conheci através de Diego Ramon. Ela adorava natação. Era amiga de n nadadores. E veio a oportunidade: ela me credenciou para o Troféu José Finkel, no SESI da Vila Leopoldina, então pelo site dela, o Loucos por Natação. E fui. No último dia. Entrevistei Cielo (com a camisa da França) e mandei tudo para a Rede Contínua, minha webrádio na época. E o sonho se tornou real.
Ainda como "aquele amigo da Patrícia Angélica", fui ao meu primeiro Paulista de Verão, no mesmo SESI. Tirei n fotos. Mas ainda não sabia separar a paixão do trabalho, confesso. Tanto que poucas foram as fotos de provas, muitas as fotos dos atletas. Então, com a cara e a coragem, resolvi me credenciar para o Open de Guaratinguetá. Afinal, seria a despedida (em piscinas brasileiras) da Flávia Delaroli e valia vaga para o Mundial de Piscina Curta de Istambul. E fui, ainda empunhando o microfone da Contínua.
Ali, sim, começava a nascer o Flávio Barbosa jornalista respeitado. Gravei entrevistas, tirei fotos (ainda com a cara de pau) e chorei. Quando Carlos Magno Simões (QEPD) anunciou a ficha técnica de Delaroli, na premiação dos 100 medley, ela chorou, eu chorei, nós choramos. Ao gravar a entrevista com ela, lágrimas quase contidas. E respondi, saindo de Guará: "eu POSSO trabalhar com isso!"
2013 veio. Torneios Regionais, Brasileiro Júnior e Sênior, um Paulista onde fiz uma cobertura espetacular, mas que foi por água abaixo por causa da criminalidade, um Troféu José Finkel tão frio quanto o Pólo Sul, aí veio uma ideia: não está na hora de transformar esta paixão em site?
O dia 7 de Outubro recém-começava quando eu e minha mãe conversávamos e saísse do papel este site. Pensamos em vários nomes. Mas aí veio a saudação que eu fazia na Rede Contínua: "alô Família Aquática de todo o Brasil". Bingo! Será esse o nome! Então, com o site pronto, o batizei. Mas estava morto de sono. E nem reparei que o Família Aquática tinha sido escrito como FamilAquatica. "Quer saber, deixa assim".
Site batizado, novamente com a cara e a coragem, lá fui eu tentar me credenciar para o meu segundo Open. E em Porto Alegre, a quilômetros da minha casa, já Santos. Afinal, tinha estreado bem o site, com mais um Paulista de Verão para a conta. Depois, vi quatro dias de alegria e de despedidas, porque Larissa Cieslak e Tatiana Lemos paravam. Cielo perdeu para Bruno Fratus e não quis voltar. E meu trabalho começava a ser separado de paixão.
Veio 2014 e o meu maior desafio: enfrentar a desconfiança e os haters, para o meu primeiro (e até agora único) Troféu Maria Lenk, na piscina do Ibirapuera. E venci: fotos, entrevistas, amigos, momentos bons. Fui em frente. Narrei um Paulista Juvenil em Santos (pena que choveu...) para a saudosa Ultra Rádio. Chorei de novo pela partida de uma das minhas grandes apoiadoras para a América. Não fiz o Finkel. Mas fiz o Brasileiro Juvenil, também em Santos. As portas começavam a se abrir. As amizades aumentavam.
2015: tentaram me derrubar, mas estava mais forte do que nunca. E a afirmação veio naquele que foi o melhor Campeonato Paulista de todos os tempos, em Santos. Foi um Paulista, apenas? Não, foi O Paulista. O que teve mais feras, o que teve mais recordes, o que eu fui mais respeitado. Em frente para mais um Finkel no Pinheiros. Deu tudo certo (exceto pelo fato que tive que ir embora da penúltima etapa às pressas, antes dela começar). Ia fazer o Open. Mas mudei de emprego (sim, tenho vida pessoal) e não deu.
E aí chegamos a 2016. O ano que poderia ser o da consagração da natação olímpica. Mas vimos o que vimos. Pelo menos os paralímpicos salvaram nossa pele. Afora isto, um Paulista congelado, mais congelado que a Antártida. O primeiro Finkel ao qual estive em todos os dias. Na minha casa. E enfim, deixei de ser "o amigo da Patrícia Angélica", "aquele do óculos amarelo", e hoje sou o Flávio Barbosa, jornalista, fã de natação, amigo de muitos, e, principalmente, "uma formiguinha no meio de elefantes". Não pretendo ser um Coach Pussieldi, mas só de gostar e entender de natação fico satisfeito.
Hoje, este site chega ao terceiro ano de vida, e estou emocionado. Não só pelas mais de 85000 visitas a qual recebeu em sua história (quase 60000 neste), mas porque ele tem seu lugar na história da natação nacional e internacional. E, começando nossa "quarta temporada", quero agradecer a Deus por mais esta vitória e a todos que passaram pelo meu caminho. A começar pelos de fé: Diego, Nilson, Nielson, Kallyna, Saulo, Henrique, Felipe, os Teixeira, os Roncatto, Katherine, Catarina, Carol, Bia, Naná, Ângela, Rafa, Adriano... são tantos. À minha mãe, Maria Inês, pela semente que brotou. Ao meu pai e irmão pela paciência. A todos os atletas e nadadores que curtem meu trabalho. Ao mestre Pussieldi pela inspiração. E, claro, a você, leitor, que me aplaude e critica. Elogios são bons, mas críticas são essenciais para ver onde temos que melhorar.
E nossos próximos compromissos já estão marcados: o CAMPEONATO PAULISTA JÚNIOR E SÊNIOR DE VERÃO - XVIII TROFÉU ALBERTO MARTIN PEREZ (o quarto consecutivo deste site), no Corinthians, e o OPEN CBDA DE NATAÇÃO/TROFÉU SALVADOR GRANIERI SOBRINHO (dessa vez iremos, após três anos!), em Palhoça (SC). Estejam certos: nada, nem crises, nem atolamentos, vai me afastar de fazer o que gosto: ver, torcer, relatar e gostar de esportes aquáticos.

E VAMOS TRABALHAR!!!

(texto de Flávio Barbosa inspirado em Gregório Duvivier)

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