quinta-feira, 30 de março de 2017

EDITORIAL: Reta de chegar, olha a reta de chegar...

Em meados de 2007, quando eu podia ficar acordado nos fins de noite, via o Leitura Dinâmica da RedeTV. Não só porque era - e ainda é - um dos melhores late news da televisão brasileira, como também por causa de sua bela apresentadora, Renata Maranhão. Sim, ela era bonita - e ainda é - mas o jeito dela dar as notícias também me cativava. O jornal era patrocinado pelo Bradesco, banco que até ano passado patrocinava os esportes olímpicos no Brasil. E, perto do Pan do Rio, teve uma propaganda marcante, com Thiago Pereira "treinando" e, ao mesmo tempo, fazendo coisas de qualquer banco (saque, caixa eletrônico, atendimento negocial), ao som de uma versão de "Corrida de Jangada", de Edu Lobo, imortalizada por Elis Regina, mas na voz de uma cantora genérica. E gostaria de tomar emprestados os versos desta canção para homenagear o agora ex-nadador, mas eternamente campeão, Thiago Machado Vilela Pereira.
A letra começa assim: "Meu mestre deu a partida/É hora, vamos embora/Pros rumos do litoral/Vamos embora/Na volta eu venho ligeiro/Vamos embora/Eu venho primeiro pra tomar teu coração". É mais ou menos um resumo do que foi a carreira de Thiago: sempre ligeiro, sempre em todos os rumos de todos os litorais, desde a CSN de Volta Redonda até o Minas, com duas passagens, inclusive passando por Corinthians e SESI. E em seus 31 anos, foi ligeiro nas idas e voltas.
"Minha jangada não é navio, não/Não é vapor nem avião". Thiago também. Mas por muitos anos foi um dos nomes imbatíveis e, até quem sabe, o maior rival que Michael Phelps teve, além de Ryan Lochte e Kosuke Hagino. Afinal, foram incontáveis vitórias em Copas do Mundo, 23 medalhas em Pan-Americanos (15 de ouro, uma prata Olímpica nos 400 medley em Londres (só atrás de Ryan Lochte), mas também houve frustrações. A mais recente delas foi no Rio. "Eu acreditei que poderia bater o Phelps. Mas meu corpo acabou sentindo isso e travei", me disse ele no Troféu José Finkel do ano passado, em Santos. Fiquei sem palavras quando vi aquilo. Talvez não tenha sido a despedida olímpica que ele sonhara, mas valeu pela ousadia.
Agora, "mestre, proeiro, segundo, primeiro", chegou a "reta de chegar" para uma carreira que começou em 1998, se solidificou e terminou ontem, em belo discurso no Prêmio Brasil Olímpico, no Rio de Janeiro que viu suas grandes glórias. Eu, sinceramente, achei que ele foi vitimado por esta maldita crise na CBDA e, por acreditarem que ele era "velho demais", não iria mais longe. Ainda bem que não foi isso. Ele já muito fez pela natação, e ainda muito fará, agora fora dela. Quem sabe o que o futuro reserva?
Só me resta agradecer ao Thiago pelos bons resultados, pelos grandes momentos, pela sensacional carreira e, pessoalmente, pelo Power Bank que até hoje é uma mão na roda! (risos) Que Deus o abençoe no que fizer!

VALEU, THIAGO!!

PS: Abaixo, a propaganda dele para o Bradesco. Até como homenagem a ele. E àqueles tempos:

 

(texto e fotos deste repórter)

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