terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Política tira Carlão do Corinthians

Imagine você montando um projeto vitorioso para o seu clube, após assumir o cargo de head coach? Tal projeto dá certo e, além de grandes estrelas, revela talentos que logo conquistam medalhas em mundiais. O clube ao qual dirige é campeão do maior torneio de natação do país depois de quase 50 anos. Aí você é eleito o melhor treinador do Brasil. Mas imagine tudo isso jogado fora pela simples razão de que você não tem a mesma ideia do presidente do seu clube?
Pois é. Foi justamente isso que aconteceu com Carlos Matheus, até sexta-feira passada head coach do Corinthians. Ele foi demitido, segundo o clube, por "contenção de gastos". Mas já foi comprovado: não houve contenção nenhuma. Doravante, faço minhas as palavras de Alexandre Pussieldi:
"Quem o demitiu foi o novo diretor dos esportes aquáticos do clube Marco Antonio de Souza Soares de Paula que comunicou a saída ao treinador. Soares de Paula está há pouco mais de um mês no cargo e, sem qualquer experiência nos esportes aquáticos, assumiu a posição no lugar do antigo diretor Oldano Carvalho que foi exonerado pelo Presidente Roberto de Andrade. O motivo real para a saída de Carlão é a política do clube. O Corinthians vive uma intensa disputa política as vésperas da eleição presidencial que acontece em fevereiro. Odano Carvalho foi exonerado por estar comprometido com uma outra chapa e Carlão foi consequência de todo este processo político".
Ou seja, por manobra, finda-se, talvez, um dos períodos mais gloriosos da natação corintiana. Carlão estava lá desde 2006 e, sob seu comando, o Corinthians viveu a melhor fase de sua história. Teve Poliana Okimoto, Felipe França, Tatiane Sakemi, Carolina Mussi, Giovanna Dorigon e Thiago Pereira em seus quadros. Revelou feras como Brandonn Pierry Almeida, Bruce Hanson Almeida, Letícia Maria Rodrigues, Isabella Vicente, Gabi Mello, entre outros. E, com a providencial ajuda de Katinka Hosszu (HUN) e Jeanette Ottesen (DIN), deu ao Corinthians o primeiro TROFÉU MARIA LENK (com esta denominação), primeiro Brasileiro Absoluto desde 1966. A história completa dele aqui vocês veem.
Ou seja, tudo isso, todas as vitórias, todas as conquistas, não significam nada se você for oposição. Por isso a natação brasileira está enfrentando esses problemas. Ou diz amém, ou toma naquele lugar. Lamentável.

(informações do Best Swimming - foto de Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

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