segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

2018, obrigado! 2019, e agora?


2018 está perto de seu fim. e muita coisa aconteceu para os esportes aquáticos. Neste derradeiro texto do ano, vale a pena recordar, além de deixar nossos mais positivos desejos para o ano que vai nascer.

Começamos resumindo o que foi este quase no fim ano da graça, que começou com um rumor de que Ricardo de Moura ia assumir a natação da Unisanta. Isso fez com que Joanna Maranhão, Guilherme Costa e Isabel Fagundes deixassem a entidade santista. Os dois últimos rumaram ao Pinheiros, enquanto Joanna deixaria a natação - em definitivo - para ser assessora de esportes na Prefeitura de Recife. Já os rumores ficaram sendo mesmo rumores. Enquanto isso, o casal Fernando Scheffer e Gabriela Ferreira deixava o Grêmio Náutico União para o Minas, que também recebera Bruno Fratus (Auburn), após um ano no Internacional de Regatas de Santos.

E depois de tanto adiamento e expectativa, desta vez sob a benção da FINA, Miguel Carlos Cagnoni, o ex-presidente da FAP (Federação Aquática Paulista), enfim era eleito presidente da CBDA, vencendo Ricardo Barbosa por 107 a 77. Com ele a volta dos Brasileiros de Inverno, uma nova logomarca e a volta do nome TROFÉU BRASIL para o Brasileiro Absoluto máximo no país, antes chamado TROFÉU MARIA LENK (na verdade TROFÉU BRASIL MARIA LENK).

Brasileiro este que consagraria o mesmo Scheffer, que bateria dois recordes sul-americanos, quais sejam, os 200 livre (1:46.08) e os 400 livre (3:49.06). Além disso, tivemos o RSA de Cachorrão nos 800 livre, com 7:52.54, e o sensacional 21.35 de Bruno Fratus nos 50 livre.

Em Maio, a novíssima geração se encontrou no Inter da Ponta da Praia para o BRASILEIRO INFANTIL que voltava a acontecer depois de três anos. E ali surgiu um futuro grande nome para nossa natação, Lucas Tudoras (Paineiras), que se tornou o primeiro nadador da história da CBDA a vencer oito provas, o que será difícil demais no futuro. Ali, o Curitibano enfim gritou "é campeão", o que estava engasgado desde 1989, quando uma meningite impediu o time do Batel de comemorar o TROFÉU JOSÉ FINKEL lá mesmo.

No mês seguinte, Ana Marcela Cunha (Unisanta), viu que não seria a África do Sul o país ideal para preparar-se para TÓQUIO 2020 e voltou ao Brasil, para continuar seus treinos com Fernando Possenti no Parque Aquático Maria Lenk. Enquanto isso, o Brasil arrebentava no tour pela Europa, incluindo Mare Nostrum e Open da França, com 57 medalhas conquistadas, sendo 17 ouros, 24 pratas e 16 bronzes.

Aí chegou Agosto e com ele, o PAN-PACÍFICO de Tóquio. Nas águas abertas, de novo Ana Marcela faz história com o bronze. Na natação, colocamos no peito quatro medalhas. Fomos bronze com Vinícius Lanza (Minas/Indiana) nos 100 borbo e João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros) nos 100 peito, prata com Leonardo de Deus (Unisanta) nos 200 borboleta e seríamos prata no 4 x 100 livre, porém a equipe americana trocou a ordem do revezamento sem avisar e a prata tornou-se ouro.

Complementando esse agitado mês, o Mundial Militar de Samara (RUS) com 10 ouros, 10 pratas e 8 bronzes, e o Europeu, onde poderia-se ter a oportunidade de cair o WR dos 50 livre de Cielo, quando Ben Proud (GBR) fizera 21.11, tempo mais rápido sem trajes. Mas não deu.

E terminando, tivemos um forte TROFÉU JOSÉ FINKEL com recordes à pamparra. Citando alguns: Fernando Scheffer nos 400 livre (3:40.87), Jhennifer Alves da Conceição nos 50 (30.00) e 100 peito (1:05.69), Vinicius Lanza nos 200 medley (1:52.16), Larissa Martins Oliveira nos 100 livre (52.45) e 200 livre (1:54.50), Guilherme Guido (Pinheiros) nos 50 costas (22.68) e 100 costas (49.62), Julia Sebastian (ARG/Unisanta) nos 200 peito (2:21.31), e Caio Pumputis (Pinheiros/Georgia Tech) nos 100 medley (51.83). Só citando alguns. Ah, e o choro de César Cielo (Pinheiros) depois de confirmar vaga para o Mundial também vale ser citado, embora sua aposentadoria virou novamente lenda...

Setembro trouxe o Chico Piscina e a consagração definitiva de Murilo Sartori (Americana). Nosso maior nadador de base e futuro maior nadador do país conquistou dez vitórias e igualou Lucas Salatta. Só não superou porque Victor Melo Baganha (Minas) não permitiu, o vencendo nos 200 medley. Enquanto isso, em Chun'An, Ana era definitivamente tetracampeã da FINA MARATHON SERIES e se tornava a maior campeã do Circuito Mundial. Um fenômeno!

Além do nosso quinto aniversário, Outubro trouxe o WR nos 50 borboleta em piscina curta para o vovô-garoto Nicholas dos Santos (Unisanta), que fez 21.75. E isso porque ele tem 38 anos e vai seguir em frente para o ano. Nos JOGOS OLÍMPICOS DA JUVENTUDE, todos medalhados de prata, com destaque para o 4 x 100 feminino, com Rafaela Raurich, Ana Carolina Vieira, Maria Luiza Pessanha e Fernanda de Goeij, primeiro triunfo em natação feminina. André Calvelo foi nosso melhor individual, com dois quartos lugares, nos 50 e 100 livre. Ainda durante esse mês, Brandonn Pierry Almeida (Corinthians) se despede de South Carolina e dos EUA para voltar a se preparar para os Jogos Olímpicos no Brasil.

Em Novembro, o Sul-Americano dá ao Brasil 26 ouros, 18 pratas e 6 pratas, e a Felipe Lima o Prêmio Señor de Sipan pelos recordes nos 50 e 100 peito. Nas águas abertas, Ana Marcela Cunha faz mais história ainda e ganha três medalhas (5, 10 e revezamento). No Pinheiros, durante o PAULISTA JÚNIOR E SÊNIOR DE VERÃO, Henrique Rodrigues se despede da natação com homenagens justas e merecidas.

Em Dezembro, o Corinthians domina o TROFÉU JÚLIO DE LAMARE que sediara e ganha pela quarta vez seguida. Mas nos outros campeonatos de verão, só deu Minas, que, assim, é campeão do ranking. Em Hangzhou (CHN), os EUA são triunfantes no MUNDIAL DE PISCINA CURTA, mas saímos com dois ouros e seis bronzes, sendo um deles o mais especial de todos e segunda melhor performance do evento: o ouro e o WR no 4 x 200 livre com Fernando Scheffer, Breno Correia (Pinheiros), Leonardo Coelho Santos (Pinheiros) e Luiz Altamir (Pinheiros). O segundo foi o quase-WR de Nicholas.

Para encerrar, o fabuloso Sartori conseguiu algo que desde 1987 ninguém conseguira: o RBC nos 400 livre Juvenil 2, que pertencia a Cristiano Michelena, pela prata no Pan daquele ano, com incríveis 3:52.06. E no Open, Fernando Scheffer atacou novamente, com 1:45.51, para fazer o RSA dos 200 livre. Na mesma prova, nasceu uma estrela. Em uma tomada de tempo depois do Open, Gustavo Saldo (Curitibano), com 1:50.13, fuzilou o RBC do Juvenil 1, que pertencia a Sartori. E Ana Marcela era eleita a melhor atleta olímpica do país, com justiça e méritos!

Por fim, 2018 teve as despedidas de Arianna Vanderpool-Wallace, Lizzie Simmonds, Hilda Luthersdottir, Jennie Johansson, Hillary Caldwell, Bobby Hurley, Hannah Stevens e, em especial, de Missy Franklin, que não aguentou as lesões que a tiraram da fase vitoriosa que vivera no início da década. Vai fazer grande falta.

E em 2019, não veremos nas piscinas brasileiras (exceto em Brasileiros absolutos) Maria Eduarda Sumida (Corinthians/Louisville), Kainan Coerin (Corinthians/Grand Valley), Camila Lins Mello (Minas/Miami Ohio), Maria Eduarda Seifer (Minas/Miami Ohio) e Beatriz Dizotti (Pinheiros/Miami Ohio). Para eles, toda sorte do mundo na América que, às vezes, equivale à Europa no futebol.

Quanto ao FamilAquatica, ano positivo. Cobrimos quatro regionais, o Brasileiro Infantil de Santos, o José Finkel, o Brasileiro Júnior em São Paulo, os Paulistas e, por fim, o Open. Fica, porém, nossa decepção por não termos coberto o Troféu Maria Lenk, mas ano que vem, esperamos estar novamente no Rio.

PARA TODOS NÓS, SORTE...
2019 é um ano cheio de dúvidas. Vamos continuar tendo o patrocínio dos Correios para o esporte aquático? Nossos revezamentos vão arrebentar nos Mundiais? Enfim virá a transparência tão prometida por doutor Miguel? Nosso governo vai ajudar ou vai atrapalhar o esporte?

Dúvidas, dúvidas, dúvidas... esperamos que as respostas sejam positivas para todos nós. E que o esporte aquático, que atravessou tamanhas tempestades, consiga a bonança tão desejada, não para superar forças como EUA, Europa, China, Japão e Austrália, mas para que o mundo preste atenção nos nossos talentos.

Cielo ainda não falou que vai parar, mas um dia Ana e Fratus pararão. O bom é saber que o esporte aquático, ao contrário do tênis, manteve o bom nível e a revelação de talentos. Que as empresas, pelo amor de Deus, entendam que tudo, saúde e educação inclusive, passam pela educação. E que o presidente eleito entenda que não é sacrificando que se resolvem os problemas do país.

Assim sendo, encerramos por aqui nossos trabalhos relativos ao ano de 2018. Queremos desejar, de coração, a toda nação aquática, um Santo e abençoado Natal, e um ano de 2019 sempre campeão, de preferência, com notícias positivas. Voltamos no dia 2 de Janeiro, esperamos, com um espírito que não dure neste dia abençoado, mas no ano todo.

Felicidades a todos!!

(texto de Flávio Barbosa e montagem sob foto de Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

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