Quando a seleção brasileira de natação partiu para Rio Maior, em Portugal, a fim de fazer parte da Missão Europa do COB, que objetivava a retomada dos treinamentos dos atletas rumo aos JOGOS OLÍMPICOS TÓQUIO 2021. Só duas atletas, entretanto, estavam listadas entre os nadadores lá selecionados: Etiene Medeiros (SESI) e Viviane Jungblut (GNU). Etiene não foi, mas Viviane, sim. Poliana Okimoto protestou, e com razão justa. E, com isso, lançou a semente do Comitê Feminino da Natação Brasileira, formado por atletas e ex-atletas visando a igualdade e mais investimentos para a natação feminina. Melhor que explicarmos, é passar a palavra para Nathália Almeida (Flamengo), uma das integrantes do comitê.
"Depois que a Poliana fez aquele post, algumas meninas decidiram que isso seria a gota d'água e se juntaram pra criar um comitê que é da gente para a gente. Então foram juntando mais várias outras que apoiam essa ideia! Agora somos mais de 150 meninas, dentro delas técnicas, atletas e ex atletas, a partir dos 16 anos. Nós não temos nenhuma líder do movimento; todas estamos no mesmo 'nível'. Temos apenas algumas representantes por categoria para termos uma melhor organização sobre tudo...
O principal objetivo de tudo isso é termos um olhar diferenciado para a natação feminina. Nós queremos ter uma maior representatividade nas seleções. Nós queremos ir pra Mundial/Olimpíada pra disputar medalha e ganhar prova. Mas se a gente não tem nem a oportunidade de chegar na seleção, como iremos evoluir?
Ou por que os homens tem exceções às regras quando convocados e as meninas não são nem convocadas quando estão dentro das regras? Alguma coisa precisa mudar e é isso que a gente procura. Não queremos tirar vaga de homem nenhum, não queremos brigar com a CBDA e o COB. Apenas queremos nosso espaço, e vamos todos juntas conseguir isso".
Fazemos nossas suas palavras, Naná! E apoiamos essa ideia! #deixaelanadar
(com agradecimentos a Nathália Almeida pelo depoimento)
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