sexta-feira, 23 de abril de 2021

SELETIVA OLÍMPICA: Um dolorido quase e mais três índices...


No que pese terem saído mais três índices para os JOGOS OLÍMPICOS TÓQUIO 2020+1 na SELETIVA OLÍMPICA que viveu seu penúltimo dia no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, a grande imagem do dia foi a que vemos acima: o mais dolorido de todos os quases da natação feminina. Um reles centésimo impediu que, pelo menos por agora, Larissa Martins Oliveira (Flamengo) fosse nossa representante nos 100 livre feminino individual.

O índice era de 54.38, mas a juizforana chegou um - apenas um - centésimo depois: 54.39. E isso porque ela fez uma prova sensacional. Foi com 26.01 e voltou com 28.38. Uma pena mesmo. "Eu não posso falar que eu me sinto frustrada porque este foi o segundo melhor resultado da minha carreira (atrás dos 54.03 que lhe deram o Recorde Continental na última seletiva). É uma pena o índice não ter saído. Estou bem chateada, mas o esporte é isso: nem sempre sai como a gente quer. Tenho certeza de que fiz o melhor que pude. Batalhei pelo índice. Mas acredito que tem gente que se espelha em mim e eu deixo isso de inspiração. Temos de seguir lutando". Larissa ainda tem chances nos 50 livre e tem chances na tomada de tempo deste domingo: "50 livre não é a minha especialidade, mas só desisto depois de domingo". Se serve de consolo, Ana Carolina Vieira (Pinheiros) fez seu melhor tempo ever com 54.89 e Stephanie Balduccini (Paineiras) bateu RBC Júnior 1 com 55.06.


Outro quase foi na prova anterior, os 200 costas masculino. Leonardo de Deus (Unisanta) passou as primeiras piscinas com força máxima (27.85, 29.72 e 30.19), e era alta a possibilidade até de quebrar o Recorde Sul-Americano de Omar Pinzón (VEN), qual seja, 1:56.40. Infelizmente o final pesou e Léo parou o cronômetro em 1:58.74, 1 segundo e vinte centésimos acima de 1:57.50, que era o índice. "200 costas, a gente sempre espera fazer o melhor. A competição está sendo difícil, mas até agora está sendo concretizado. Vou para os 100 borboleta, e estou seguro de que serei mais rápido", disse Léo, que já tem índice pelos 200 da mesma especialidade.

Nos 200 peito feminino, era assaz difícil chegar-se aos 2:25.52 do índice, mas valeu a pena ver a disputa entre Gabrielle Assis da Silva (Corinthians) e Pâmela Alencar Souza (Flamengo). Deu Gabrielle, com um bom 2:29.65 (mas que não foi seu melhor tempo porque no Sul-Americano de Buenos Aires ela fez 2:28.54), contra 2:30.45 de Pâmela. Gabrielle queria mais: "não foi uma prova boa essa que eu fiz. O tempo não me agradou. Mas pela primeira vez sou campeã brasileira. É difícil chegar aqui e nadar. A energia é boa, mas pesada, por ser seletiva. Queria o 2:27, que é o recorde de 12 anos (de Carolina Mussi). A prova ainda é fraca, mas estou feliz por desenvolver esta prova". Sábias palavras!

Mas vamos para as boas notícias. A primeira delas: dois importantes e esperados nomes nos 200 medley masculino confirmaram o favoritismo e vão para os Jogos pela primeira vez, ao nadarem abaixo do índice de 1:59.67. Caio Pumputis (Pinheiros/Georgia Tech) batera na trave nos 200 peito e nesta sexta, marcou um golaço ao fazer 1:58.53. Com ele vai Vinícius Lanza (Minas), que em 2016 batera na trave também e hoje goleou, com 1:59.58. Para lamentar que Leonardo Coelho Santos (Pinheiros), que era cotado para os Jogos depois de belo ciclo olímpico com WR no 4 x 200 em piscina curta e tudo o mais, não logrou êxito ao fazer 2 minutos exatos.

"O objetivo era fazer esse índice. Como muitos atletas falaram, o peso de ser uma seletiva única é grande. Estou aliviado por este tempo e garantir a vaga. Vamos fazer coisas melhores lá", garantiu Pumputis. Já o Pescador foi só alívio: "Em 2016, depois que saí daquela prova, conversei com o Ray (Loose, seu técnico em Indiana, onde ele treina mesmo após cumprido seu ciclo na NCAA) e ele me disse: 'no próximo ciclo vamos com folga'. E foi o que fiz. Isso me tirou um grande peso por essa semana de ansiedade".

E nem é preciso de mais palavras para definir o que foi a seletiva para Guilherme Cachorrão Costa (Minas). Nildo e Cláudia, seus pais, tiveram Covid pouco antes da seletiva e o técnico, Rogério Karfunkelstein, o isolou a fim de que ele faça ótimos treinamentos. E foi o que aconteceu. Para coroar sua boa fase, mais um 14 nos 1500 livre: 14:59.21. O único com três índices (o de 1500 livre era 15:00.99). "O objetivo era esse, fazer os três índices. Principalmente aqui nos 1500, que me deram tudo na minha vida", comemorou. E na oportunidade, anunciou que não iria para a Seletiva Pré-Olímpica em Setúbal (POR), através de Karfunkelstein: "a seletiva de maratona aquática seria importante. A gente sabia de sua condição, mas a gente esperava a seletiva. E diante do que trabalhamos, resolvemos desistir da seletiva. Tenho fé de que depois de Tóquio, ele irá ter grandes resultados na maratona". Com isso, Diogo Vilarinho (Minas) vai disputar com Allan do Carmo (IDEB) a vaga brasileira nos mares de Tóquio.

INFELIZMENTE TEVE RESULTADO ANALÍTICO ADVERSO
Antes da etapa começar, uma bomba atômica de mil megatons explodiu na natação brasileira. Em boletim, a CBDA divulgou que um nadador convocado teve reprovação em um teste feito antes da seletiva (18 de Março) e seus resultados foram anulados. Segundo o Olhar Olímpico, trata-se de André Calvelo (Unisanta), vencedor dos 100 livre.

Com isso, ele foi suspenso provisoriamente e dará chance a Gabriel Silva Santos (Pinheiros), nono colocado nas eliminatórias dos 100 livre fazer uma tomada de tempo em data a ser estipulada. Se fizer abaixo de 48.57, deverá ir aos Jogos. Assim, se corrigirá uma grande injustiça, visto que ele foi também acusado por um exame anti-doping surpresa, mas foi inocentado.

Com tudo isso, resta-nos aguardar o último dia de seletiva (mas não de atividades), que trará os 50 livre masculino e feminino, 200 costas feminino, 100 borboleta masculino e 800 livre feminino, além da tomada de tempo do 4 x 100 medley feminino. No domingo haverá mais: 4 x 100 livre feminino (aliás, #abrelarissa) e 4 x 100 medley misto tentando melhorar seus tempos. Ainda não acabou...

(informações do Best Swimming, Swim Channel, CBDA, Olhar Olímpico e Surto Olímpico - fotos de Luiza Celidônio e da transmissão da TV NSports)

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