Não poderia terminar melhor o OPEN CBDA de natação, encerrado neste sábado na piscina da Unisul, em Palhoça (SC). Naquela de deixar o melhor para o final, o evento reservou um fim digno do que a natação brasileira precisava neste momento de crise. Brandonn Pierry Almeida (Corinthians) deu um show e abaixou o recorde sul-americano dos 400 livre, que era de Leonardo de Deus (Corinthians). Antes, 3:49.62. Agora, 3:49.46. "Falei com o Carlos Matheus e ele me falou que era tudo ou nada. Dei o meu melhor e consegui esse inesperado recorde", disse Brandonn, que agora se prepara para o Mundial de Piscina Curta, em Windsor (CAN). Outro que participou deste momento foi Guilherme Costa (Unisanta), terceiro colocado com 3:51.51. "Este foi um ano incrível para mim. Ao longo do ano consegui melhorar e os 400 livre foram melhor do que eu esperava. Foi o melhor ano da minha carreira", disse o Cachorrão, que seguirá no Santa em 2017. O segundo colocado foi Luiz Altamir (Flamengo), que fez 3:50.64. No feminino, Joanna Maranhão (Pinheiros) optou por dar a sua missão neste ano por cumprida e a vitória foi de sua companheira de time, Larissa Martins Oliveira (Pinheiros), com 4:15.01, seguida de Viviane Jungblut (GNU), com 4:15.88 e por Bruna Primati (SESI/Missouri), com 4:20.35. A gaúcha, também garantida no Mundial de Piscina Curta, falou com a gente: "não acabou o ano ainda para mim. Quero nadar o Mundial e depois vou resolver como será o ano que vem. Estou treinando bastante. Quero nadar bem lá e representar bem o Brasil".
Nos 50 livre, não foi surpresa a vitória de Marcelo Chierighini (Pinheiros/Auburn), com 22.41. Surpresa mesmo foi o vice-campeão: Leonardo Schilling (Marista/Criciúma), fez 22.82 e conseguiu o maior resultado da história da natação catarinense, em casa: "estava me sentindo muito bem hoje. Sabia que ia aprontar alguma. Estava ali no cantinho, ninguém me viu e eu toquei na frente. Então, estou muito contente porque é o resultado de uma prova olímpica. Conta muito para a minha carreira". Ele afirmou que não troca Criciúma nem pelo eixo RJ/SP/MG, nem pela América: "vou continuar aqui. O trabalho está sendo muito bem feito. Eu tenho uma equipe multidisciplinar muito competente, minha família investe muito em mim e eu tenho um carinho muito grande pelo local que eu estou e as pessoas cuidam bem de mim lá. Não trocaria por nada". No feminino, nada de zebras: Etiene Medeiros (SESI) faturou com 24.98. "O ano ainda não acabou. Tenho mais dez dias para o Mundial. Acho que o foco é esse agora", disse a pernambucana, que vai tentar defender o título e o recorde mundial dos 50 costas no Canadá. Lorrane Ferreira (Minas, 25.28) e Alessandra Marchioro (Unisanta, 25.42) completaram o pódio.
Nos 100 peito, quase Jhennifer Alves (Pinheiros) bate seu próprio RC, tendo feito 1:08.96. Faltaram 12 centésimos para que ela repetisse o feito ano passado, na mesma piscina, mas pelo Flamengo. Renata Sander (Minas, 1:10.11) e Ana Carla Carvalho (Pinheiros, 1:11.23). Uma das poucas da geração 1991 a continuar sua carreira em 2017, assim como Renata, Ana assim avaliou seu ano. "Este ano teve altos e baixos. Agora bola para frente, para focar em 2017. Vou continuar nadando pelo Pinheiros. Já estou lá há oito anos e vou continuar até encerrar minha carreira". No masculino, repetiu-se a ordem da manhã, com os três favoritos Pedro Cardona (Pinheiros, 1:00.46), Felipe França (Corinthians, 1:00.65) e João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros, 1:01.22). João também falou conosco: "Foi muito legal esta competição. Gostei dos resultados que consegui, para tentar baixar a temperatura deste ano olímpico e entrar 2017 com foco total para 2020. No que depender de mim, com certeza sigo no Pinheiros".
A zebra também passeou nos 200 borboleta. Quem esperava vitória de Manuella Lyrio (Pinheiros), de Giovanna Diamante (Pinheiros) ou até da aniversariante Carolina Diamante (Pinheiros), viu a primeira vitória em competições absolutas de Maria Luiza Pessanha (Marina Barra Clube). Em um final emocionante, ela venceu Lyrio por pouca diferença (2:14.85 a 2:15.22), seguida pelas irmãs Diamante (Giovanna com 2:15.41 e Carolina com 2:18.08). "Foi a minha vitória absoluta. Já tinha ficado em segundo no Troféu Maria Lenk", confirmou a carioca. Entre os homens, dobradinha do Timão, com Leonardo de Deus fazendo 1:58.21 e Pedro França Vieira, 1:58.74. O terceiro colocado foi Matheus Gonche (Fluminense), com 1:59.97, seu segundo melhor tempo. E ele nos disse que não esperava um Open tão especial: "o ano começou muito bem para mim, mas passei uma fase complicada no fim do ano. No último mês tive algumas complicações que dificultaram minha preparação para o Open, mas com a ajuda de Deus nadei bem meus 100 borboleta e cheguei perto do meu melhor nos 200. Estou muito feliz".
Finda a última grande competição da natação nacional neste ano (mas ainda tem os Brasileiros Juvenil em Curitiba e Infantil em Aracaju), mais um título para o Pinheiros, vencedor com 415,50 pontos, seguido do Corinthians, com 242,50 e pela Unisanta, terceira colocada com 137. Resta a certeza de saber que esta foi uma grande competição, mesmo com gente faltando. E a esperança de que o Troféu Maria Lenk 2017 (que deve acontecer novamente no Rio) seja um facho de luz nesta escuridão onde a natação brasileira se encontra. Aqui veem todos os resultados.
A cobertura não acabou. Excepcionalmente as fotos do último dia do Open estarão no ar assim que regressados a Santos e, lá, farei uma mensagem especial com minha opinião pessoal sobre o torneio.
Confira aqui as últimas fotos da jornada de Palhoça.
(última matéria direto de Palhoça - informações adicionais da CBDA, Best Swimming e Yes Swim - fotos deste repórter)
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