terça-feira, 2 de maio de 2017

TML2017: A luz de Joanna superou os blecautes

Poderíamos dizer que foi uma etapa cheia de muitos contrastes a primeira de finais do TROFÉU MARIA LENK 2017, que está acontecendo desde esta terça-feira. Todos esperavam tempos sensacionais e eles vieram. O que não se esperavam foram dois blecautes que interromperam a etapa. Mas acima de tudo isso, uma pernambucana que, há dias, completou 30 anos, mas tem em si uma adolescente de 15 anos, disciplinada e guerreira. E foi dela o melhor momento desta tarde-noite.
Claro que falamos de Joanna Maranhão (Unisanta) que, nos 400 livre feminino, não só mostrou quem manda, como fez o novo Recorde Brasileiro da prova: 4:09.41, derrubando por sete centésimos a marca da ex-companheira de time Manuella Lyrio (Pinheiros) e passando a ser, com 30 triunfos, segunda mulher mais vencedora da história da competição atrás apenas de Fabíola Molina com 45. "Eu saí na frente para ser feliz e me jogar. Nunca imaginei que podia fazer o tempo que queria fazer", disse Joanna, que agradeceu também às suas companheiras de time: "não poderia estar sozinha. Não teria conseguido sem Ana Marcela (Cunha), sem Gabi Roncatto, a equipe da CTE. Me sinto bem do jeito que estou agora, até com a ajuda do meu marido (Luciano Corrêa) nas barras da vida". E nos falou seu segredo: "já cometi todo tipo de erro, mas agora, aos 30 anos conheço bem e meu corpo, e por isso eu só treino cada ano mais rápido e cada vez melhor. Nunca fosse imaginar, mas aconteceu e sei que posso mais".



Quem também crê nisso é Guilherme da Costa (Unisanta), outro recordista da jornada também nos 400 livre. Em um final empolgante na disputa com Luiz Altamir (Pinheiros), o Cachorrão teve uma última piscina espetacular e sensacional para cravar 3:49.49, derrubando os 3:49.62 que o agora companheiro de Unisanta Leonardo de Deus (então no Corinthians) fizera no extinto Parque Aquático Olímpico. Altamir chegou um segundo depois. "A gente imaginou que o Altamir ia passar um pouco à frente e eu poderia acreditar no meu final de prova. Deu certo e queria agradecer ao Rogério (Karfunkenstein, coach de Costa), porque ele foi maravilhoso comigo e nada disso seria possível sem ele. Eu acredito que esta geração mais jovem é muito forte e virá assim para 2020", disse. Enquanto Guilherme era só alegria, Altamir nem tanto: "não foi nem perto do que eu esperava. Queria um tempo mais baixo. Fiz tudo o que podia que fazer no treino. Mas foi só a minha primeira prova".
Nos 100 borboleta, vitórias de raia 4, como esperado. Daiane Dias (Unisanta) foi a primeira vitoriosa da jornada, com 58.98, o seu melhor tempo ever. "Foi difícil este primeiro semestre para conseguir apoio, mas a Unisanta me acolheu bem. Queria 58. Foi por pouquinho, mas deu", disse a capixaba, terceira vez campeã da prova, segunda seguida. No masculino, Henrique Martins (Minas) faturou, mas não melhorou o tempo, fazendo 51.82, seguido de Vinícius Lanza (Minas/Indiana), com 52.02. Lanza, aliás, revelou a Guilherme Costa (o do blog Brasil em Tóquio) como começou na natação: "minha família era de pescadores. Todo mundo gostava tanto de pescar, viajando até por lugares como o Pantanal. Aí meu pai decidiu: 'temos que botar ele para nadar, para cuidar de si mesmo'. Comecei com 3 anos e tomei gosto. Eu, atualmente, não pesco desde que me mudei, mas era feliz pescando com meu pai". Eis porque ele pesca bons resultados, com o perdão do trocadilho.
Aliás, as argentinas também pescam excelentes resultados nas provas de peito. Nos 100 feminino, deu Macarena Ceballos (Minas), com Julia Sebastian (Unisanta) logo atrás, por cinco centésimos (1:08.00 a 1:08.05), cabendo o bronze a Jhennifer Alves (Pinheiros), com 1:08.43. "Há anos Julia vem ganhando nos Brasileiros. Por isso busquei também esses resultados, até porque nos Sulamericanos a Argentina também tem ganho provas de peito. É um forte argentino", falou Macarena. No masculino, os brasileiros são dominantes: João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros) faturou, com 59.41, superando Felipe Lima (Minas/Auburn), que fizera o melhor índice da manhã, mas que à tarde fez 1:00.05, e Pedro Cardona (Pinheiros), com 1:00.12. E ele garantiu: quer mais Olimpíadas. "Apesar do quinto lugar nos 100 peito no Rio 2016, me mostrei feliz com meu desempenho. Estou querendo sim ir à Tóquio e vou melhorar para que isso aconteça", disse João, que teve, lembremos, o melhor resultado brasileiro na natação dos Jogos.
 
Uma das provas das quais a Unisanta veio forte são essas garotas da foto acima: Gabi Roncatto, Andrea Berrino, Alessandra Marchioro e Daiene Dias. Juntas, elas levaram o Santa à vitória no revezamento feminino 4 x 50 livre com 1:41.27. E olho na paranaense: ela fez 24.32 e há grandes chances de que ela faça um tempaço na prova de sábado. Falando em tempaços, no seu retorno às águas, Cesar Cielo (Pinheiros) repetiu o mesmo que fizera em Barcelona, há quatro anos: 21.32. Ele ajudou o Pinheiros a faturar a versão masculina da prova com 1:27.15, junto com Gabriel Silva Santos, Marcelo Chierighini e Pedro Spajari. Olho também em Chierighini, que fez 21.65, Spajari, 21.82, Italo Manzine (Minas), 21.61 e Henrique Martins, 21.84. Eles e Bruno Fratus (Internacional/Auburn) podem esquentar a piscina no sábado.
E nas séries dos Juniores, destaque, claro, para Murilo Sartori (Americana), que fez 3:59.77, seu melhor tempo ever, e caminha a passos largos para o MUNDIAL JUNIOR de Indianapolis.

E ASSIM FICOU O PLACAR
Apesar do Santa ter mais vitórias no dia de hoje, a liderança é do Pinheiros, com 347,50. O Minas vem logo atrás, 329,5. Já o time de Santos é o terceiro, com 269. O SESI está em quarto, com 76 pontos e o União completa o Top-5 com 70. No site de tempos do evento, todos os resultados estão.
Nesta quarta, a festa continua, com os 100 costas, 200 medley, 1500 livre delas, 800 livre deles e, na noite, os 4 x 200 livre. Apesar dos apagões, o prenúncio é de que vem coisa boa...

Confira aqui as fotos desta jornada

(direto do Rio de Janeiro - informações adicionais do Best Swimming, Yes Swim, CBDA e Terra - fotos deste repórter e da E5+ Comunicação)

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