quarta-feira, 18 de setembro de 2019

OPINIÃO: Miguel saiu. E agora?


Decepção. Esta é a palavra que melhor resume o que senti com Miguel Carlos Cagnoni. Acreditei que, com ele, a CBDA voltaria aos tempos de glória vividos nos anos 90 e 2000. O objetivo era um só: revelar talentos e investir mais na base. Lamentavelmente, caímos todos num canto de sereia. Não houve investimentos para a base. Os patrocínios voaram. A CBDA perdeu a sede. Teve que demitir um monte de gente (acredito eu que só ficaram Ricardo Prado, Rodolfo Carneiro e Satiro Sodré). E está na maior penúria de sua história

Como diz o poeta, "chega uma hora que chega". Renato Cordani foi o primeiro a pular do barco, e com razão. As ideias inovadoras que ele teve não foram adiante e, mais que isso, a luta por transparência foi vã. Aí Leonardo de Deus (Unisanta) deixou a comissão de atletas (que por agora não tem representantes da natação). Foi um entra e sai que comprovou o fracasso das ideias Cagnoni. Que tinham dado tão certo em São Paulo, mesmo com tantas acusações contra si.

Não restou outra escolha: Cagnoni saiu, mas foi destituído da presidência da entidade em assembleia nesta segunda. Agora cabe a Luiz Fernando Coelho liderar a CBDA até as possíveis novas eleições, no final do ano. Luiz, que é policial, sabe do que a entidade precisa pelo fato de que já foi dirigente da Federação Aquática Pernambucana. Ele foi claro em seu discurso de posse: "A CBDA vive em uma situação muito complicada. Não vai faltar empenho. Temos essa missão de resgatar a instituição e precisamos das federações para recuperar a credibilidade da entidade". A prioridade é pagar dívidas, inclusive com a arbitragem. E gostei de saber que Renato Cordani voltou à CBDA, como diretor geral. Pelo fato de Luiz Fernando ser jovem, ele deve aceitar as suas ideias progressistas.

O que mais oro neste momento é pela saída da CBDA dos tempos escuros. Pela volta de um patrocínio, mesmo que sejam os Correios já privatizados. Eu ouvi dizer que os Correios consideraram a CBDA "a melhor entidade já patrocinada por eles". O difícil é que, enquanto não houver a privatização, será difícil a volta dos Correios, diante de um acórdão que "proíbe" patrocínios de estatais ao esporte olímpico. O que virá agora, nesta nova história que será escrita no esporte olímpico que mais nos deu alegrias nesta década? Só Deus sabe...

(opinião de Flávio Barbosa)

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