quinta-feira, 9 de abril de 2015

TML2015: Viva a Larissa de Minas...

Juiz de Fora é uma cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, fundada pelos tropeiros para ser posto de repouso no Caminho Novo de Minas, mas emancipada de Barbacena - então a cidade mais importante daquela região - em 31 de Maio de 1850. É bem localizada na Região Sudeste, ficando num triângulo que envolve Belo Horizonte, a capital dos mineiros, São Paulo, a capital dos paulistas e o Rio de Janeiro. Entretanto, por se localizar mais perto da Cidade Maravilhosa e Olímpica, muitos dizem que os lá nascidos são "Cariocas do Brejo", por terem características mais fluminenses do que mineiras. A beleza e o pioneirismo da cidade, que sedia, entre outras coisas, a primeira usina hidrelétrica da América do Sul, a Usina de Martelos, hoje museu, fizeram que ela fosse conhecida por Princesa de Minas. A tradição têxtil de outrora originou outro codinome: a Manchester Mineira. E a alta tradição cultural, de Atenas Mineira.
De lá vieram grandes nomes artísticos, culturais, políticos e esportivos aplaudidos aqui e lá fora: Murilo Mendes, Pedro Nava, Ana Carolina, Giovane Gávio, Márcia Fu, Itamar Franco (tá, ele não nasceu lá, mas foi em JF que ele fez sua história), as já saudosas Beatriz Thielmann e Valéria Sffeir, Francisco Barbosa, Luiz Penido, este repórter (é, nasci lá)... mas hoje vamos falar daquele que é o maior orgulho da natação vindo de lá, aquele que é o maior nome feminino deste TROFÉU MARIA LENK; Larissa Martins Oliveira.
Com 22 anos desde o último dia 16 de Fevereiro, esta juizforana morena dos cabelos de mel e olhos verdes começou a carreira nas piscinas do Instituto Granbery, de lá seguindo para o Clube Bom Pastor, onde começou a ser treinada pelo Professor Gerson Moreira, contabilizando também uma efêmera passagem pelo Botafogo. Os bons resultados nos Brasileiros de Categoria desde o infantil já credenciaram Larissa para competições internacionais, como o Multinations. Foi num deles que conheceu Carlos Matheus, que logo a convidou para um teste no Corinthians. Passou e, em 2010, ainda morando em JF e ainda patrocinada pelo CBP, competiu seus primeiros certames paulistas pelo Timão, com excelentes resultados. Foi só com o terceiro ano do Ensino Médio completo que Larissa deixou a cidade natal, mas para vestir outra camisa: em 2011, foi convidada pelo Pinheiros para fazer parte do time de André Amendoim, o Amen, que a treina até hoje.
De lá para cá, ladeira acima: campeã brasileira e paulista várias vezes, pódios e vitórias em revezamento no Sul-Americano de natação, participação no Mundial de Barcelona com o revezamento 4 x 100 livre. E uma evolução espetacular que a faz mais forte do que os 56 kg distribuídos no 1,68 de altura, que se viu com a quebra dos recordes sul-americanos nos 200 livre, com 1:58.53, e o histórico revezamento 4 x 200 livre do Pinheiros, de 8:03.22, com Joanna Maranhão, Gabi Roncatto e Manuella Lyrio, que a coloca como nome certo para o seu segundo MUNDIAL DE ESPORTES AQUÁTICOS e, talvez, para as Olimpíadas do Rio, em 2016. Diante de tudo isso, não se surpreendam se a mineirinha estiver em alguma final. É fruto do merecimento e do esforço.
Para terminar, peço licença a Cincinato Duque Bicalho para uma pequena modificação no primeiro verso de seu poema que tornou-se o Hino da Cidade de Juiz de Fora: "viva a Larissa de Minas..."

(baseado em entrevista para o Blog da Swim Brasil e Toque de Bola)

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