sábado, 11 de agosto de 2018

PAN PACS: A prata virou ouro!!


                                      

Na terceira e penúltima etapa do PAN PACÍFICO de Tóquio, tivemos quase WR e mais dois motivos de alegria para o Brasil. E aliás, um que já seria esperado, mas que logo foi mudado para melhor! E mesmo fora do pódio, tempaços. Ninguém, definitivamente, tira mais a taça de campeão do evento dos Estados Unidos, mas o Brasil ainda sai com a cabeça erguida.

Começamos com os 400 livre delas, quando nasceu uma estrela. É claro que a vitória seria de Katie Ledecky (EUA) que, mesmo tendo se cansado, fez o bastante para 3:58.50, sexta melhor marca da história. Mas a grande novidade é que Ariarne Titmus (AUS), aos 17 anos, entrou na lista das nadadoras que completaram a prova abaixo dos 4, lista essa que só tem Ledecky e Federica Pellegrini (ITA), ao ter feito 3:59.66. Este resultado foi até mais comemorado que a vitória já escrita nas estrelas de Katie. Completou o pódio Leah Smith, com 4:04.23. Pelo lado deles, nova dobradinha australiana, mas com zebra. Quem esperava a vitória de Mack Horton (AUS) ou de Zane Grothe (EUA) viu a vitória de Jack McLoughlin (AUS), com 3:44.20, tendo chegado Horton onze centésimos depois, e Grothe completado o pódio com 3:45.37. Horton fez um final melhor, mas não houve piscina para superar o compatriota. Já Fernando Scheffer (Minas) foi o sétimo, com tempo pouco acima do Recorde Continental: 3:50.55. Ele foi bem nos primeiros 200 metros, mas pesou o final.

Nos 100 borboleta feminino, poderíamos estar celebrando o primeiro recorde mundial desta competição, mas Rikako Ikee (JAP) deslizou nas duas viradas e isso custou o WR, mas não o recorde de campeonato de 56.08, o que, por si só, já é o tempo feminino mais forte desta competição até agora e o mais rápido do mundo em 2018. Kelsi Worrell Dahlia (EUA) foi a segunda com 56.44, tendo chegado Emma McKeon (AUS) dez centésimos depois. Já no masculino, teve medalha brasileira! A vitória foi de Caeleb Dressel (EUA), claro, com 50.75, quinze centésimos do tempo redentor da seletiva americana, e depois dele, veio o compatriota Jack Conger, com 51.32. Doze centésimos depois, Vinícius Lanza (Minas/Indiana) conseguindo a sua primeira medalha em uma competição internacional, com o seu segundo melhor tempo ever, dois centésimos acima. Isso comprova sua boa evolução que o levou a Indiana. Já Iago Moussalem (Pinheiros/Miami) foi o sétimo, com 52.17.


Nos 200 medley feminino, vitória local, com melhor tempo do mundo: Yui Ohashi (JAP), dominante do início ao fim, parou o cronômetro em 2:08.16, tempo até melhor que os 2:10.17 que deram a Katinka Hosszu (HUN) o pentacampeonato consecutivo, nunca antes alcançado por uma atleta em algum campeonato. Sydney Pickrem (CAN), campeã pan-americana, fez 2:09.07 para ser prata e Miho Teramura (JAP), com 2:09.86, fechou o pódio, único sem a bandeira norte-americana nesta etapa. Na parte masculina, vitória, num final espetacular, de Chase Kalisz (EUA), com 1:55.40, com Mitchell Larkin (AUS) chegando logo atrás, com 1:56.21, e Kosuke Hagino (JAP), que liderava até os últimos metros, foi bronze com 1:56.66. Leonardo Coelho Santos (Pinheiros), que chegou a ser terceiro no borboleta, conseguiu seu melhor tempo na vida com os 1:58.83 que lhe deram o sétimo lugar. Um bom resultado para começar.

Nos 4 x 100 livre feminino, o Canadá liderou as três primeiras piscinas com Taylor Ruck fazendo um parcial sensacional de 52.85; Kayla Sanchez (53.11) e Rebecca Smith (54.00). Mas eis que veio Cate Campbell (AUS) e colocou a Austrália no topo na piscina final com um tempaço, a maior parcial de todos os tempos, de 51.36, para a vitória aussie, com Emily Seebohm (54.56), Shayna Jack (53.10) e Emma McKeon (52.56) somando os 3:31.58 do novo RC. Simone Manuel ainda levou os EUA para a prata com seus 52.79, dando aos EUA um total de 3:33.45. Ao Canadá, que sentiu a falta da poupada Penny Oleksiak, restou o bronze com 3:34.07.

E aí veio o grande momento do dia: o 4 x 100 masculino. O Brasil começou forte, com Gabriel Silva Santos (Pinheiros, 48.93) e Marcelo Chierighini (Pinheiros, 47.62) indo bem, mesmo ainda atrás do Japão e dos EUA. Na estratégia, Marco Antônio Ferreira Júnior (Minas, 48.53) preparava o terreno, enquanto Katsuhiro Matsumoto fazia o melhor parcial japonês, 47.61, e Zachary Apple levava os EUA com 47.72. Aí, veio o final, com uma empolgante disputa entre Pedro Spajari (Pinheiros) e Nathan Adrian (EUA), com Japão e Austrália disputando a honra do bronze. A Austrália ficou com a medalha do terceiro lugar, num sensacional 47.50 do campeão Kyle Chalmers. Mas lá na frente, Pedro Spajari fazia a melhor de todas as parciais: 46.94, só três centésimos abaixo do WR de Cesar Cielo (Pinheiros), há 9 anos, em Roma, no tempo dos trajes. Mas, por centésimos, ficaríamos com a prata, visto que Adrian segurou com 47.27. Seria a vitória dos EUA com RC de 3:11.67 e seria a prata do Brasil, a segunda seguida, com 3:12.02. Vejam bem a palavra que usei: S-E-R-I-A.

É que Renato Cordani descobriu que a ordem apresentada no revezamento americano foi invertida quanto à apresentada: Zach Apple seria o segundo, Pieroni o terceiro. Isso fere as regras da FINA, que proíbe troca de revezamento durante a prova. Aí o Brasil reclamou e a organização acatou: adeus, ouro para os EUA, olá primeiro ouro do Brasil nos Pan Pacs. O que era bronze para Austrália virou prata, e o que era quase para o Japão, que fizera 3:12.54, recorde nacional, virou bronze. Um grande resultado, que é mesmo para ser celebrado! E também um aprendizado, já que o Brasil, em um Mundial Júnior, não lembro agora qual, também foi desclassificado antes mesmo de competir, já que trocou a ordem do revezamento. Que esse seja um gás para o Mundial da Coreia e os JOGOS OLÍMPICOS TÓQUIO 2020!

Neste domingo, terminam-se os trabalhos com os 1500 livre delas, os 800 livre deles (com Cachorrão), 200 costas, os 50 livre (forte chance de medalha, mesmo sem Bruno Fratus), os 200 peito e os 4 x 100 medley. Fecho de ouro?

(informações do Best Swimming, Yes Swim e SwimSwam - reproduções do SporTV)

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