sexta-feira, 9 de agosto de 2019

PAN LIMA 2019: Ouro de mão beijada e mais seis medalhas!



Terceiro dia de natação nos JOGOS PAN-AMERICANOS de Lima e, uma vez mais, saldo positivo para o Brasil no Centro Aquático. Quando já estávamos satisfeitos com o ouro de Marcelo Chierighini (Pinheiros) nos 100 livre, eis que surpresas aconteceram. Uma delas, a desclassificação da favoritíssima seleção dos Estados Unidos no 4 x 100 medley misto. Com isso, ganhamos dois ouros, duas pratas e três bronzes, ajudando ainda mais a consolidar o Brasil como segundo geral no quadro geral de medalhas - e também segundo na natação, com seis ouros, seis pratas e sete bronzes, dezenove totais, atrás dos EUA, naturalmente (15 ouros, 10 pratas, 5 bronzes, 30 totais).

Quando iniciava sua carreira na piscina do Instituto Granbery, em Juiz de Fora, Larissa Martins Oliveira (Pinheiros) não imaginava que seria a maior medalhista em Pans na natação feminina - oito, juntamente com Joanna Maranhão e Tatiana Lemos Barbosa, com quem competira tantas vezes. A história foi assinada com o bronze nos 100 metros livre. Margo Greer (EUA) confirmou demais o favoritismo com 54.17. Larissa ficou entre o segundo e o terceiro na piscina da volta, mas a canadense Alexia Zevnik bateu pouco antes (55.04 x 55.25) para ser prata. Entretanto, foi uma prova ótima da juiz-forana. Do segundo ouro falarei no fim deste texto.

Na prova masculina, atenções voltadas para Nathan Adrian (EUA), recém-curado de um câncer nos testículos. E ele chegou a quase liderar na parte final da prova, mas Chierighini atacou e muito no final para batê-lo por oito centésimos (48.09 a 48.17). Pelo nível desse Pan, nem foi preciso 47 para a primeira vitória internacional (sem contar Sul-Americanos) de Lelo que, como bom vencedor, enalteceu Adrian: "Ele é um dos caras que eu mais admiro na natação. Conheço ele fora das piscinas e não tenho nada para falar dele. É um cara muito gente boa. Quando eu bati, olhei e vi meu nome em primeiro e o Nathan em segundo fiquei até mais feliz". Breno Correia (Pinheiros) foi até onde deu: quinto lugar, com 49.14 e muitos créditos.

Etiene Medeiros (SESI) desta vez não era favorita nos 100 costas feminino, mas não podia deixar escapar uma medalha. E não deixou: foi bronze com 1:00.67. Se houvesse um pouco mais de piscina, ao meu ver, poderia até beliscar a prata de Danielle Hanus (CAN, 1:00.34). Mas Phoebe Bacon (EUA) era inalcançável e confirmou isso ao faturar o ouro com 59.47. Mas vale destacar Fernanda de Goeij (Curitibano), que, mesmo em quinto, fez o melhor tempo de sua vida ever: 1:01.59. Foi seu cartão de visitas para, quem sabe, uma vaga para os JOGOS OLÍMPICOS TÓQUIO 2020?? Amém para que sim.

Já no masculino, faltaram forças e centésimos para que Guilherme Guido (Pinheiros) fosse ouro. Ele liderou 99 metros, mas no último centímetro foi superado por Daniel Carr (EUA) por incríveis quatro centésimos (53.50 a 53.54). E nem este repórter, nem Alexandre Pussieldi, vimos algo errado no nado do limeirense: foi o americano que teve o final melhor. Mas quando Deus fecha uma porta... calma, que já chegamos lá.

Nos 800 livre feminino, o ouro, já se sabia, era de Delfina Pignatiello (ARG), o que foi confirmado quando ela bateu com 8:29.43 - por que ela não foi ao MUNDIAL DE ESPORTES AQUÁTICOS da Coreia??? A prata ficaria para Mariah Denigan (EUA), com 8:34.18. Mas o bronze, ah, esse teve sabor de ouro para Viviane Jungblut (GNU). De ouro e de história, porque, com 8:36.04, ela superou a lendária Kristel Kobrich (CHI), finalista olímpica, e ainda se tornou a primeira brasileira medalhista em Pans nas piscinas e águas abertas. "Esse sabor da medalha aqui na piscina é diferente, mais gostoso. Eu sabia que seria um grande desafio, mas consegui fazer uma grande prova", disse Jungblut.

Na estreia da agora olímpica versão masculina da prova, o final foi o mesmo dos 400 livre: um brasileiro liderava, mas Andrew Abruzzo (EUA) atacou no fim para vencer. O brasileiro, desta vez, foi Miguel Leite Valente (Minas), líder até o início da última piscina. Mas Abruzzo, que estava entre o segundo e o terceiro postos, atacou no fim e venceu com 7:54.70. Miguel foi prata, com 7:56.37, mas não lamentou: "eu sabia que o americano vinha bem e estava forte, mas consegui fazer muito próximo do meu melhor e graças a Deus veio a medalha".

Nos 200 peito, a América do Sul só comemorou mesmo no feminino, com a medalha de bronze de Julia Sebastian (ARG/Minas), que chegou a liderar, mas terminou com o bronze com 2:25.43, atrás de Annie Lazor (EUA), a senhorita Vinícius Lanza, com 2:21.40, e de Bethany Galat (EUA) que chegou 44 centésimos depois. No masculino, Will Licon (EUA) tirou o Recorde Pan-Americano de Thiago Simon (Unisanta) ao vencer com 2:07.62 - a marca anterior fora de 2:09.82.

Por fim, chegamos ao revezamento 4 x 100 medley misto do qual falamos antes. Desta vez, seria certa uma vitória norte-americana na estreia desta prova. Mas o Brasil tinha um time forte: Guido, João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros), Giovanna Diamante (Pinheiros) e Larissa. A missão deles era, pelo menos, tentar ratificar um tempo que lhes dê vaga a Tóquio. Guido e João começaram bem, respectivamente, com 54,68 e 59.32 no costas e no peito. Depois, Giovanna fez 59.33 de borbo e Larissa, 55.18 no Crawl, mas Tom Shields (EUA) tinha, no borboleta, aberto o suficiente para Margo Geer completar o serviço.

Porém, Cody Miller (EUA) fez uma dupla pernada submersa de borboleta na virada do nado peito, quando, pela regra, só é permitida uma pernada. Não houve choro nem vela: desclassificação sumária. A equipe norte-americana protestou, mas a ODEPA não aceitou, ratificando a vitória brasileira com um tempo que, mesmo novo Recorde Pan-Americano, não daria vaga aos Jogos de Tóquio: 3:48.61. O Canadá foi prata com 3:49.97 e a Argentina, veja você, ganhou o bronze com 3:50.33 e uma tática diferente: mandar Eliana Berrino (1:02.61, costas) e Julia Sebastian (1:07.55, peito) antes de Santiago Grassi (51.65, peito) e Federico Grabich (48.72, crawl).

João contou o que o time Brasil sentiu ao saber que seriam eles os donos do ouro: "Acabou a prova, a gente saiu rapidamente e já estavam chamando para a premiação. Estávamos sentados e aí o pessoal da Argentina começou com um burburinho de que os Estados Unidos teriam sido desclassificados. A gente achou que não ia acontecer nada. Mas, do nada, nos avisaram que tínhamos ganhado. É sempre bom subir no lugar mais alto do pódio".

E assim chegamos ao penúltimo dia da natação no Pan, com chances até de ouvirmos mais que uma vez nosso Hino. Teremos 50 livre (Etiene, Lorrane Ferreira, Bruno Fratus e Pedro Spajari), 400 medley (Duda Sumida, Fernanda, Brandonn Pierry, Leonardo Coelho Santos) e 4 x 200 livre. Já vai começar a deixar saudade...

Resultados completos aqui estão. As partes sublinhadas indicam opiniões e críticas construtivas deste repórter.

(informações do Best Swimming, Swim Channel, SwimSwam, Olimpíada Todo Dia, Surto Olímpico, R7 e Globoesporte.com - foto de Ricardo Bufolin)

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