quarta-feira, 26 de julho de 2017

MUNDIAL BUDAPESTE 2017: João, o campeão dos humanos!


Vamos deixar os extraterrestres de lado. Entre os humanos, no MUNDIAL DE ESPORTES AQUÁTICOS de Budapeste, nos 50 peito masculino, o melhor é um brasileiro. Representante da categoria ET, Adam Peaty (GBR) ficou a quatro centésimos de seu recorde mundial, com 25.99, nadando abaixo do 26 pela segunda vez. Mas, entre os, vá lá, normais, o "vencedor" foi João Luiz Gomes Júnior (Pinheiros), com um final impressionante e a quebra de seu recorde sul-americano (e do continente), com 26.52. Mais uma medalha de prata com sabor de ouro para o Brasil. Até mesmo porque João foi um guerreiro durante sua vida inteira. Para pagar seus treinos de natação no Espírito Santo, ele chegou a ser garçom, webdesigner e salva-vidas. Um verdadeiro lutador, superando a tudo para este grande momento. E Felipe Lima (Minas/Auburn) só não completou a dobradinha por 18 centésimos, já que Cameron van der Bergh (AFS) fez 26.60 e Lima, 26.78. Mas também merece as nossas reverências!


Assim também como Etiene Medeiros (SESI). Que voltou a tocar no WR dos 50 costas feminino, (que é de 27.05 de Jing Zhao) durante sua semifinal, e tem tudo para novamente medalhar nesta prova. Qualquer cor serve. Mas os 27.18 que agora são o Recorde das Américas já nos deixam cheios de expectativas para ouvirmos nosso Hino Nacional na Duna Arena. Ficar, porém, de olho na campeã mundial Yanhui Fu (CHN), que ficou a um centésimo da pernambucana. Mas ainda temos Holly Barratt (AUS), Alexandra Herasimenia (BLR), Kathleen Baker (EUA) e Georgia Davies (GBR) na disputa. Então, é torcer muito. Etiene está merecendo.
Quem saiu da categoria de invictos foi Katie Ledecky (EUA). Depois de 12 vitórias seguidas, ela foi derrubada na final dos 200 livre feminino por uma veterana: Federica Pellegrini (ITA), que, quero fazer minhas as palavras de Alex Pussieldi, poderia rebatizar sua prova como 200 metros Pellegrini, por ter 7 pódios consecutivos, títulos mundial de longa, curta, olímpica, e etc. Também, com um final incrível, não teria como superá-la. Restou à Ledecky a "humilhação" de ter dividido a medalha de prata com Emma McKeon (AUS), que dominara a prova até os 150 metros, ambas com 1:55.18. A primeira derrota, inesquecível, para uma nadadora que ainda é top. Mas será o sinal de uma mudança??
Nos 200 borboleta masculino, expectativa alta pelos húngaros, mas Chad Le Clos (AFS) mostrou que quem é rei nunca perde a majestade, fazendo uma prova perfeita e evitando o ouro de Laszlo Cseh (HUN). No fim das contas, 1:53.33 para Le Clos e 1:53.72 para Cseh, que em oito mundiais seguidos, medalhou pelo menos uma prova, mostrando ser fora de série independente da posição. Assim como nos 50 peito, a dobradinha não se repetiu pelo lado húngaro porque Daiya Seto (JAP) foi bronze com 1:54.21 e Tamas Kenderezi (HUN) ficou fora do pódio por 52 centésimos. Mas a torcida vibrou ainda assim.
Nos 800 livre masculino, não deu para Sun Yang (CHN), outro que estava naqueles dias que de noite é assim mesmo. No pódio, dois italianos, um polonês. Pela ordem: Gabriele Detti (ITA, 7:40.77), Wojciech Wojdak (POL, 7:41.73) e Gregorio Paltrinieri (ITA, 7:42.44), este que liderou a prova até o final. Ao chinês, restou o quinto lugar, com 7:48.87.
Voltando a falar de brasileiros, nos 100 livre masculino, Marcelo Chierighini (Pinheiros) teve sorte. Uma péssima virada quase o tirou da final, depois de dominar a primeira parte da primeira semifinal. Ele foi o quarto na série e oitavo no geral, com 48.31. Os melhores tempos, abaixo de 48, foram de Mehdy Metella (FRA, 47.65), Caeleb Dressel (EUA, 47.66), Nathan Adrian (EUA, 47.85), Cameron McEvoy (AUS, 47.95) e Jack Cartwright (AUS, 47.97). Gabriel Silva Santos (Pinheiros) terminou com o 14º posto, com 48.72. É só melhorar a virada que vem medalha.
Nas outras provas, tudo dentro do script. Nas semis do 200 borboleta feminino, a alemã Franziska Hentke vai para a raia 4 após fazer 2:06.29, à frente de Zhou Yilin (CHN, 2:06.63) e Mireia Belmonte (ESP, 2:06.71), e RMJ tivemos para Hayiang Qin (CHN), oitavo posto da final com 1:57.81. E nas dos 200 medley masculino, vai ficar tudo entre Chase Kalisz (EUA, 1:55.88) e Kosuke Hagino (JAP, 1:56.04). Mas não descartaria Daiya Seto, que foi o quinto na semi com 1:56.92.
Terminando a história, tivemos mais um WR norte-americano, desta vez no 4x100 medley misto. Matt Grevers (52.32), Lilly King (1:04.15), Caeleb Dressel (49.92, parceial forte) e Simone Manuel (52.17) levaram os EUA ao ponto alto depois de 3:38.56, três segundos à frente da Austrália praticamente,  esta que fez recorde da Oceania com 3:41.21.
Esperemos que nesta quinta, tenhamos mais motivos para celebração. Teremos as eliminatórias dos 100 livre, com Manuella Lyrio (Pinheiros) como nossa representante, 200 peito feminino e masculino, e 200 costas masculino. Metade do caminho já foi, mas só de termos três pratas depois de tudo que aconteceu à natação brasileira neste ano, já nos deu felicidade!

(informações do Best Swimming, Yes Swim, SwimSwam, Swim Channel e Globo.com - fotos de Satiro Sodré/SSPress/CBDA e Yes Swim)

Nenhum comentário:

Postar um comentário